(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Segundo
Takeshi Matsumae, um grande pesquisador de mitologia e etnologia,
no passado havia um período em que a lua não era
admirada pelo povo. Pelo contrário, a lua simbolizava a
morte. No Nihonshoki, um antigo livro de história do Japão,
há um mito referente ao Deus da lua, Tsukiyomi no Mikoto.
Ele matou um deus que administrava a comida. Isso fez com que
o deus do sol, Amaterasu Oomikami, a irmã mais velha dele,
ficasse furiosa. A partir desse acontecimento, o sol e a lua passaram
a morar separados. Por outro lado, apareceu uma grande quantidade
de cereais do corpo do Deus morto e essa foi distribuída
pelo Deus do sol para os seres humanos.
A lua
passou a ser admirado pelo povo só depois da Idade Média.
Há um registro histórico que o Imperador Uta realizou
uma festa para admirar a lua. Nessa festa, que é a imitação
de uma cerimônia realizada no palácio na época
da dinastia Tou da China, as pessoas faziam flutuar os barcos
na lagoa para que eles lêssem poemas chineses e tocassem
instrumentos musicais.
Otsukimi
era uma cerimônia que reunia apenas a nobreza. Entretanto,
depois da era Heian, torna-se mais popular, ganhando um aspecto
mais agrícola. As pessoas passaram a agradecer a boa safra
oferecendo dango (bolinha de farinha de arroz) e as sete ervas
típicas na época de outono para o Deus.
Ultimamente,
devido à poluição do ar, não se pode
mais admirar aquela lua cheia bonita no outono conhecido como
Cyûshû no Meigetsu nas grandes cidades. Mesmo assim,
a bela lua do outono é tão bonita que, desde a antigüidade,
vem sendo utilizada como tema de poemas e desenhos. A montanha
Obasute de Nagano, o templo Ishiyama de Shiga (onde Murasaki-Shikibu
escreveu Genji-Monogatari, uma história que traça
a vida do palácio) e o templo Daikaku de Quioto são
os lugares mais famosos para admirar a lua.
No
dia 21 de julho de 1969, o homem chegou à lua com o Apollo
11. Ao mesmo tempo esse fato desmitificou os japoneses que acreditavam
que existissem coelhos na lua. No Brasil, dizem que, na lua, existe
São Jorge com a espada. Dependendo do país, o povo
constrói uma imagem própria para a lua.
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