(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
No
calendário lunar japonês, o mês de janeiro
chama-se Mutsuki. Essa palavra representa as boas e amigáveis
relações com o ano novo. No início do ano,
os nipônicos realizam a primeira visita a um santuário
ou templo para orar pela saúde e felicidade. Essa ação
denomina-se Hatsumoude. Antigamente, as pessoas costumavam visitar
os templos ou santuários cuja localização
da direção onde foram construídos causavam
bom presságio. Elas acreditavam que nesses locais existia
o Toshitokujin, um Deus que tem o poder sobre a felicidade das
pessoas.
Atualmente,
os japoneses visitam os templos mais conhecidos. Nesses estabelecimentos,
eles jogam o dinheiro numa caixa de donativos (Osaisen). Há
quem atire até uma nota de 10 mil ienes, constituindo-se,
essa prática, em uma fonte de renda para os templos. Depois,
as pessoas tocam o sino duas vezes e fazem reverência batendo
palmas duas vezes para chamar o Deus e orar pela saúde,
felicidade e prosperidade. Após esses procedimentos, os
visitantes abaixam a cabeça mais uma vez para deixar o
local. O período Hatsumoude prolonga-se da passagem do
ano velho para o novo até o dia 7 de janeiro.
Na
visita do templo, os japoneses costumam comprar o hamaya, uma
flecha que as pessoas acreditam ter o poder de exorcizar os maus
espíritos e afastar as doenças. A flecha é
um presente para os meninos na época do ano novo e pode
ser colocada no teto ou na parede da casa. Outro artigo de muita
procura nos santuários é o omikuji, uma profecia
escrita numa folha de papel.
Os
japoneses também comemoram o Ano Novo com alimentos e bebidas
especiais, como o ozouni (sopa de moti com legumes e carne branca)
e otoso (uma bebida alcoólica produzida à base de
extrato de erva medicinal). O costume de tomar otoso é
proveniente da China. Acredita-se que a ingestão dele possa
exorcizar os maus espíritos. O modo de preparar o otoso
é simples. É preciso apenas colocar o mirin (saquê
doce) e ervas medicinais no saquê e conservá-lo durante
1 ou 2 dias.
Já
o hábito de comer ozouni veio do costume japonês
antigo no qual cozinhavam-se os legumes sagrados para o Deus.
Hoje, adiciona-se também ao ozouni o moti. O ozouni, dependendo
da localidade, possui suas peculiaridades. Na região de
Kantou é feito com fatia seca do peixe bonito e, em Kansai,
utilizando-se missô.
O primeiro
dia do mês de janeiro é um dia especial para crianças,
pois elas ganham otoshidama, uma quantia em dinheiro recebida
dos pais e parentes. A origem desse costume está ligada
ao dinheiro que era oferecido para o deus dos cereais. Não
existe um valor fixo para otoshidama, mas normalmente esse montante
corresponde à mesada de um mês. Mas hoje, não
é raro ver as crianças que conseguem juntar grandes
quantias com o otoshidama.
Como
jogos tradicionais associados ao Ano Novo, pode-se citar o hanetsuki
(um jogo no qual utilizam-se raquetes de madeira e peteca) e takoage
(pipa). Mas hoje, devido à falta de espaço para
crianças brincarem, tanto o hanetsuki quanto o takoage
tornaram-se impraticáveis, deixando seu antigo papel como
artigos lúdicos. Outra diversão é o fukuwarai,
um jogo no qual a pessoa vendada precisa terminar os olhos, o
nariz e a boca de um rosto de mulher desenhado no papel.
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