(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
A
cerimônia de Kakizome ocorre no dia 2 de janeiro, ocasião
em que os japoneses escrevem a primeira caligrafia do ano. Na
oportunidade, tanto em casa quanto nas escolas, eles escrevem
as palavras que celebram a chegada do ano novo. Valorizar os caracteres
como um gênero artístico é uma característica
peculiar observada apenas nos países onde se escreve ideogramas.
Por isso mesmo, além do Japão, China e Coréia
também têm bons calígrafos.
Por
outro lado, tanto no poema lírico japonês escrito
com pinceladas finas como na escritura sagrada japonesa, os japoneses
costumam buscar o sentimento e contexto concebidos nessas obras
através da forma e da posição dos caracteres
desenhados, da graduação da tinta e da força
das pinceladas.
Ainda
em janeiro, ocorre também a Festa da Fogueira, ou Sagichou,
no dia 15. Hoje, a festa é conhecida, em geral, como Dondoyaki.
Nela, os japoneses fazem a fogueira para orar ao deus de cereais.
Nessa ocasião, eles costumam queimar suas obras de caligrafia
feitas na Kakizome.
Observando
o pedaço de papel queimado subindo para o céu, os
japoneses acreditam que quanto mais alto o mesmo subir melhor
será sua habilidade em caligrafia. Junto com as obras,
são queimadas também as decorações
que enfeitavam a casa durante o ano novo.
Esses
costumes vêm do pensamento dos japoneses, que consideram
o fogo como um objeto sagrado. Por isso mesmo, durante a festa,
eles se esquentam perto do fogo, pois acreditam que se tornarão
mais jovens e saudáveis. Outros jogam as cinzas queimadas
no curral desejando os bois tornarem-se mais resistente à
doença.
A origem
dessa festa remonta ao ritual palaciano da era Heian (794-1185)
onde eram queimados os documentos oficiais do palácio.
Depois da era Edo (1603-1868), a festa passou ser conhecida como
a Festa da Fogueira e vem realizada até hoje.
Dizem
que a Kakizome expandiu-se por todo o país com o surgimento
da Terakoya, uma instituição do ensino primário
fundado na era Edo. Depois da era Meiji (1868-1912), o evento
perdeu um pouco do impulso, mas, à medida em que se desenvolvia
como uma das disciplinas escolares, a Kakizome voltou com força
total.
Além
das festas com caligrafia, ocorrem outras várias cerimônias
especiais no começo do ano no Japão. Hatsugama,
na cerimônia do chá, Hatsuike, no arranjo de flores,
e Hatsugeiko, nas artes marciais, são apenas alguns exemplos.
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