(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Na
segunda metade do século 19, foi introduzido no Japão
a culinária ocidental, cuja influência acabou alterando
até o estilo de vida que se tornou mais ocidental. Porém
no séc. 20 e 21 a culinária japonesa é que
inversamente ganhou popularidade no Ocidente por seu estilo saudável.
Pode-se encontrar até sushi (bolinho de arroz), sashimi
(peixe-cru), yaki zakana (peixe assado), shimeji (tipo de cogumelo),
nattô (soja fermentada) e tôfu (queijo de soja) entre
outros.
Mas
vamos a história da culinária. Se voltarmos 2.500
anos, na Era Jyômon, os habitantes apanhavam frutos de árvores
nas montanhas, caçavam veados e javalis, que assavam em
fogueiras, do mar e rios pescavam peixes e ostras para se alimentar.
Há 2.300 anos, o cultivo do arroz começa a ser introduzido,
originário da China.
O período
só de caças termina, as pessoas começam a
se agrupar e residir em locais fixos, começam a plantar,
e a alimentação, que era centrada na carne passa
a ser principalmente de arroz, milho e outros grãos. O
arroz era diferente do de hoje, usava-se o genmai (arroz só
descascado) cozido no vapor e servia como complemento para os
pratos principais que eram peixe e carne. As refeições
eram só duas vezes por dia, de manhã e a noite.
O ohashi
(palitos usados para comer) não eram em pares, eram um
só e se assemelhavam a pinças. As
variedades de louça aumentaram com o surgimento
de louças de barro ou de madeira, aumentando as variedades
na época. Já nesse período sabiam fazer o
saquê (bebida alcóolica) a partir do arroz. Logicamente
era algo precioso e era usado para oferendar as divindades. Na
Era seguinte, de Nara, houve a introdução do processamento
e produção de lacticínios como leite e manteiga,
mas de uma forma geral não houve grandes mudanças
na alimentação básica. Na Era Heian, com
a introdução da filosofia budista, o povo foi proibido
de comer carne e dizem que a expectativa de vida caiu para 30
anos, devido a falta de proteínas, principalmente entre
a nobreza. A população necessitava de uma dieta
mais rica.
Quando
os samurais assumem o poder, na Era Kamakura, o intercâmbio
com a China torna-se maior e temos a introdução
do chá e do tôfu (queijo de soja). No século
15, Era Muromachi, tornou-se popular ter três refeições
por dia, graças as melhorias da agricultura.
Na
Era seguinte, Azuchiimomoyama, os portugueses trazem a influência
européia e junto a abóbora, batata e tomate. Fritar
o peixe no óleo, tempura, torna-se prática comum.
Os portugueses trouxeram ainda o rocambole, os doces e biscoitos.
Da China vem a culinária chippoku. Chippoku significa mesa
e a comida era apreciada com as pessoas sentadas ao redor dela.
Essa moda foi logo absorvida pelos japoneses. Os agricultores
definiram o arroz como moeda, comiam o milho, o trigo e outros
cereais, o sal e o peixe era comprado dos comerciantes e grande
parte era auto-suficiente. No século 17, adentrando-se
na Era Edô, o takuan (conserva de rabanetes), e o misozuke
(conservas à base de soja fermentada) tornaram-se comuns
e a variedades de doces aumentou.
Nessa
época, começaram a surgir e aumentar os produtos
típicos de cada região, o sakê (bebida alcóolica)
entre outros, que expressavam as características
de cada local. Já na Era Meiji, devido a influência
do Ocidente, o consumo de carne, principalmente bovino, aumentou
e comer sukiyaki (prato a base de carne e vegetais) estava em
alta. Para o povo, acostumado com a filosofia budista, a aceitação
foi demorada. Entraram de uma só vez o leite, pão,
sorvete, chocolate e similares.
Após
a Guerra, acompanhando o crescimento econômico,
a alimentação tornou-se farta podendo-se comer pratos
de qualquer parte do mundo. Atualmente tem-se levantado muito
a questão da produção de alimentos no mundo
e os méritos e deméritos do fast-food. Talvez seja
a hora de pensarmos como os antigos, numa refeição
balanceada e simples.
|