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Arquivo NippoBrasil - Edição 096 - 15 a 21 de março de 2001
 
Escrita japonesa

(Fotos: Reprodução / Divulgação)

A língua portuguesa utiliza-se somente do alfabeto romano. Entretanto, no Japão temos três tipos de alfabeto: o kanji (ideogramas), o hiragana e o katakana. Isso sem contar o uso do alfabeto romano.

Sem dúvida o primeiro tipo de alfabeto a ser utilizado foi o kanji. O kanji originou-se há cerca de 3,5 mil anos na China. Em escavações foram descobertos inkan (selos para carimbo) feitos de ouro e kasen (moeda utilizada numa região da China, há 2.000 anos), pois na Era Yayoi vários objetos foram trazidos da China.

Nos túmulos antigos da Era Kofun foram descobertos alguns artefatos de bronze, metal e pedra que tinham gravações em kanji. Na China há registros de presentes enviados do país e da Coréia ao Imperador japonês como espelhos e espadas contendo inscrições em kanji.

O Japão, onde não havia a escrita, tinha os documentos oficiais da corte imperial escrito em kanji, por imigrantes chineses, que acabaram trazendo-o ao país. No século VI, quando o budismo entrou oficialmente no país, a nobreza já dominava a leitura e a escrita do kanji.

Nas escrituras antigas como kojiki e nihonshoki, do começo do século VIII, temos a representação fonética do japonês através da fonética chinesa. Para ca­da fonema japonês foi escolhido um ideograma chinês.

No livro de poesias mais antigo do Japão (manyôshû), temos a representação fonética chamada de manyô­gana, para cada um dos 88 fonemas usados no japonês antigo foram atribuídos alguns ideogramas. Na segunda metade do século VIII, já na Era Heian, o kanji foi classificado em dois tipos: o mana (significado real) e o kana (significado improvisado). O primeiro por sua vez pode ser dividido em tipos diferentes conforme a escrita. kaisho, gyosho e sôsho. Para escrever rapidamente o kanji era necessário que houvesse uma simplificação do mesmo. No kaisho o kanji é escrito da forma correta. Já no gyosho e sôsho há uma simplificação, apesar de manter-se a forma original.

O hiragana da forma como conhecemos hoje, originou-se do onnade, que é uma simplificação do sôsho mas de tal forma que não há mais a forma do kanji original. As mulheres da nobreza daquela época usavam alguns poucos kanji e escreviam todo o resto em hiragana. O katakana foi criado retirando-se uma parte dos ideogramas usados no manyô­gana. Dizem que era utilizada pelo clero (sôryo) para poder ler as escrituras sagradas mais facilmente, usando-se o kata­kana nas entrelinhas.

Com o passar do tempo foram surgindo vários outros estilos de escrita. O hiragana e o katakana atuais foram oficializados pelo Ministério da Educação em 1900 (ano 33 da Era Meiji). Alguns dizem que há mais de 40 mil ideogramas outros mais de 50 mil.

Para conviver na sociedade são precisos apenas 2 mil ideogramas. Diferentemente do que se imagina, a popularização do computador tem aumentado o número de ideogramas utilizados. No mundo inteiro pesquisa-se a possibilidade de se ler japonês, chinês e coreano através do alfabeto romano. A tradução automa­tizada também é muito promissora.

 
Kanji


*Esta página foi elaborada pelos professores da Aliança Cultural Brasil-Japão,
especialmente para o NIPPO-BRASIL.
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