(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
A
língua portuguesa utiliza-se somente do alfabeto romano.
Entretanto, no Japão temos três tipos de alfabeto:
o kanji (ideogramas), o hiragana e o katakana. Isso sem contar
o uso do alfabeto romano.
Sem
dúvida o primeiro tipo de alfabeto a ser utilizado foi
o kanji. O kanji originou-se há cerca de 3,5 mil anos na
China. Em escavações foram descobertos inkan (selos
para carimbo) feitos de ouro e kasen (moeda utilizada numa região
da China, há 2.000 anos), pois na Era Yayoi vários
objetos foram trazidos da China.
Nos
túmulos antigos da Era Kofun foram descobertos alguns artefatos
de bronze, metal e pedra que tinham gravações em
kanji. Na China há registros de presentes enviados do país
e da Coréia ao Imperador japonês como espelhos e
espadas contendo inscrições em kanji.
O Japão,
onde não havia a escrita, tinha os documentos oficiais
da corte imperial escrito em kanji, por imigrantes chineses, que
acabaram trazendo-o ao país. No século VI, quando
o budismo entrou oficialmente no país, a nobreza já
dominava a leitura e a escrita do kanji.
Nas
escrituras antigas como kojiki e nihonshoki, do começo
do século VIII, temos a representação fonética
do japonês através da fonética chinesa. Para
cada fonema japonês foi escolhido um ideograma chinês.
No
livro de poesias mais antigo do Japão (manyôshû),
temos a representação fonética chamada de
manyôgana, para cada um dos 88 fonemas usados no japonês
antigo foram atribuídos alguns ideogramas. Na segunda metade
do século VIII, já na Era Heian, o kanji foi classificado
em dois tipos: o mana (significado real) e o kana (significado
improvisado). O primeiro por sua vez pode ser dividido em tipos
diferentes conforme a escrita. kaisho, gyosho e sôsho. Para
escrever rapidamente o kanji era necessário que houvesse
uma simplificação do mesmo. No kaisho o kanji é
escrito da forma correta. Já no gyosho e sôsho há
uma simplificação, apesar de manter-se a forma original.
O hiragana
da forma como conhecemos hoje, originou-se do onnade, que é
uma simplificação do sôsho mas de tal forma
que não há mais a forma do kanji original. As mulheres
da nobreza daquela época usavam alguns poucos kanji e escreviam
todo o resto em hiragana. O katakana foi criado retirando-se uma
parte dos ideogramas usados no manyôgana. Dizem que
era utilizada pelo clero (sôryo) para poder ler as escrituras
sagradas mais facilmente, usando-se o katakana nas entrelinhas.
Com
o passar do tempo foram surgindo vários outros estilos
de escrita. O hiragana e o katakana atuais foram oficializados
pelo Ministério da Educação em 1900 (ano
33 da Era Meiji). Alguns dizem que há mais de 40 mil ideogramas
outros mais de 50 mil.
Para
conviver na sociedade são precisos apenas 2 mil ideogramas.
Diferentemente do que se imagina, a popularização
do computador tem aumentado o número de ideogramas utilizados.
No mundo inteiro pesquisa-se a possibilidade de se ler japonês,
chinês e coreano através do alfabeto romano. A tradução
automatizada também é muito promissora.
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