(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Passado
mas de meio século após a Guerra, pode-se dizer
que o estilo de vida japonês se ocidentalizou muito. As
construções residenciais tipicamente japonesas são
raras hoje em dia. Mas o tatami (esteira com junco japoneses,
muito usado no judô) e o shoji (portas com armação
de madeira cobertas com papel) continuam. Uma fusão entre
o ocidental e o oriental. Num cila quente e extremamente úmido
como o do Japão era ideal que as casas tivessem fusuma
(portas corrediças), shoji e portas de vidro que são
ideais para a troca de ar. Abrindo-se o fusuma e o shoji, a casa
inteira se tornava um só comôdo.
No
estilo ocidental as casas devem ser bem divididas com o ambiente
externo, através de tijolos e concreto, para proteger-se
do frio, calor, ventos e chuva. A ventilação e a
iluminação feitas através de janelas e do
jardim interno. Segundo um famoso arquiteto francês, Monsieur
Corbisier, a arquitetura ocidental é a Luta das Janelas.
Estruturalmente falando é difícil dar a janela uma
abertura ilimitada. A construção japonesa não
faz uma divisão clara entre ambiente externo e interno,
o engawa (varanda) torna-se parte da casa, impede o frio mas permite
a circulação eficiente do ar, permite que a luminosidade
entre abundantemente e ainda-se ganha a paisagem.
A base
desse tipo de construção origina-se na Era Kamakura.
Até então a influência religiosa era grande
e as construções eram orientadas por pontos cardeais
e outros tabus, a melhor sala era onde deveria se ficar o altar
para reverência, tornando-se o centro da casa.
Mas
os samurais mudaram isso, o espaço sacro foi reduzido a
altares, a dependência principal tornou-se a sala de visitas
e os quartos, cozinha eram bem singelos. Até então
o tatami, mesmo na corte e na nobreza, era usado em uma só
parte do cômodo mas a partir da Era Kamakura, com a redução
do tamanho das dependências, o tatami passou a cobrir tudo.
Então houve uma mudança também na maneira
de sentar-se. Antes disso os homens sentavam-se com as pernas
cruzadas (agura) e as mulheres sentavam-se com só uma das
pernas flexionadas (tatehiza) passaram a sentar em cima dos pés
(seiza). Um quarto com tatami é muito versátil pois
basta forrar um edredon para que ele torne-se um aposento, colocando-se
uma mesa tinha-se uma sala de jantar e se chegassem visitas era
só colocar algumas almofadas para se ter uma sala para
receber as pessoas. O quarto não possuía muitas
mobílias. O tokonoma (espaço nobre, sagrado) surgiu
nessa época, pois havia a necessidade de um local para
colocar os quadros e enfeites importados da China.
O shoji
trouxe a luminosidade impedindo o vento. O amado (porta corrediça
externa) além de proteger do vento e da chuva traz mais
segurança a noite.
Na
Era Meiji, o estilo ocidental propagou-se principalmente nas instalações
militares e escolas, a cadeira tornou-se comum. Após a
2ª Guerra Mundial o Estilo de Vida Americano
tornou-se o padrão. No estilo ocidental a privacidade era
importante e os quartos se tornaram individuais. A privacidade
estava estabelecida mas pode-se dizer que houve um detrimento
da comunicação familiar. Recentemente com o aumento
de metrópoles e da população o número
de condomínios tem aumentado e a qualidade da casa japonesa
tem ficado para trás. Os armários (oshiire) de concreto
não tem uma boa ventilação e acumulam muita
umidade mas, com certeza, o maior mal que esse tipo de construção
nova tem trazido são o stress e as doenças que vão
se desenvolvendo lentamente existindo até um termo novo
para isso, sick house (casa da doença).
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