HORA FELIZ: Espera-se um parto
sem problemas para a princesa
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(Fotos:
Fundação Japão / Divulgação)
O povo japonês,
agora, está emocionado com a notícia da gravidez
da Princesa Masako. Pelas leis da Casa Imperial do Japão,
se a criança não for do sexo masculino, não
terá direito à sucessão e, por isso, para
se saber o que fazer no caso de nascerem apenas meninas, estão
sendo feitas pesquisas nas leis de cortes européias, como
as da Holanda e da Inglaterra. Faz-se grande rebuliço,
mas de qualquer modo o que o povo deseja sinceramente é
um parto sem problemas para a princesa.
Bem, no Japão,
há importantes cerimônias de passagem, chamadas de
jinsei girei (cerimônias do decorrer da vida).
Tomando a vida como um precioso presente de Deus, ao fim de cada
uma de suas fases é feita uma prestação de
contas e um agradecimento; essa é a finalidade das cerimônias.
No dia do Cão (do calendário lunar japonês)
do quinto mês de gestação, a parturiente envolve
o ventre com uma faixa de algodão chamada iwata-obi e pede
pelo desenvolvimento saudável do feto e por um parto tranqüilo.
O motivo de
isso ser feito no dia do Cão é que o parto da cadela
é relativamente fácil e ela dá à luz
vários filhotes, o que traz bons augúrios. A palavra
iwata tem o sentido de se desejar uma criança forte, e
é escrita em vermelho na faixa. Na era Edo, os abortos
eram numerosos, mas havia uma regra social pela qual não
se podia mais abortar após a colocação da
faixa. Antigamente se usava uma faixa de seda de 2,4m, mas atualmente
usa-se uma faixa vermelha e branca, enviada pelos mediadores
do casamento ou pelos padrinhos. Há também o costume
de se presentear a gestante com uma faixa do Suitengu (templo
do deus das águas e dos marinheiros, também deus
protetor dos fetos presente no oceano). Hoje em dia, há
algumas maternidades onde essa prática é aceita,
mas em geral o espartilho, fácil de retirar, é muito
utilizado.
O Brasil é
líder mundial em partos por cesariana. Por outro lado,
ultimamente a tendência no mundo todo é de se fazer
o parto normal, na medida em que não haja problemas para
o bebê. Há cerca de 30 anos, era comum que o parto
das mulheres nikkeis fosse assistido por parteiras. Resistir às
dores era como uma obrigação para essas mulheres;
daquelas que não suportassem, diziam-se coisas como nem
parece descendente de japonês... . Hoje, faz-se cesarianas
cujas marcas não aparecem mesmo que se vista biquíni.
A medicina está em evolução (vide box).
No Brasil
a taxa de natalidade está caindo; essa é uma tendência
mundial. No caso do Japão, essa queda foi notável
nos anos 90. As razões para isso são o estouro da
bolha especulativa e a reestruturação
econômica, e o aumento da quantidade de solteiros convictos
também influencia. Se continuar assim, pode-se prever que
15% das mulheres e 22% dos homens do Japão passarão
a vida sem se casar. Naturalmente, a taxa de natalidade cairá
mais ainda.
Na Europa
e Estados Unidos, os bebês nascidos nesta primeira década
de 2000 estão sendo chamados de bebês do milênio.
Por causa disso prevê-se um aumento da taxa de natalidade
em 2001. Tanto para a família como para a sociedade, o
bebê é um tesouro. É como um patrimônio
da sociedade, do qual devemos cuidar muito bem.
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