Hoje em dia,
no Japão, robôs que simulam animais de estimação
estão em alta, seja entre os jovens ou entre os mais velhos,
apesar do preço elevado. As famílias modernas alegam
que esses robôs fazem o papel da criança no lar,
que têm trazido bons efeitos para as crianças autistas,
que não há os atritos recorrentes nos relacionamentos
humanos, pois as máquinas só obedecem às
ordens. Por outro lado há os que dizem que a comunicação
entre as pessoas só tende a piorar.
A
palavra robô surgiu durante o século 20, mas a palavra
jinzou ningen (homem artificial) já aparece
desde antigamente, sendo usada com freqüência em lendas
e mitos.
Os robôs
ou bonecos de madeira (karakuri ningyou) do Japão começaram
a surgir na metade do século 16, recebendo uma grande influência
dos relógios mecânicos trazidos por missionários
portugueses. Mas esses bonecos se popularizaram durante o século
16.
Utilizavam-se
para a confecção dos mecanismos de movimentação
elementos como molas, água, ar, areia e mercúrio.
Além disso, havia também aqueles movidos com corda
e espetos, recebendo o auxílio humano.
O karakuri
ningyou pode ser dividido à grosso modo em 3 grupos: os
dashi karakuri, zashiki karakuri e shibai karakuri.
O dashi karakuri
era usado nos festivais (matsuri) em cima dos carros alegóricos.
Evidentemente, tinha a simbologia de divindades. Mesmo após
200 anos, os bonecos continuam sendo usados. No país todo
há mais de 200 carros alegóricos e mais de 600 bonecos
desse tipo.
O zashiki
karakuri ningyou era enviado de presente em comemorações
especiais, principalmente pelos nobres e ricos comerciantes, por
exemplo, no hatsuzekku das filhas (o hatsuzekku é o primeiro
dia de zekku, dia 3 de março para as meninas e dia 5 de
maio para os meninos). Apesar de ser um brinquedo atraía
a atenção de todos.
No
início eram extremamente caros, mas logo surgiram modelos
mais populares. Comparando os modelos ocidentais e japoneses
percebe-se que enquanto os ocidentais procuravam reproduzir os
movimentos humanos os do Japão tinham movimentos mais abstratos,
talvez influência do Nô, e os rostos eram inexpressivos,
diz Ikuma Takanashi, um expert em bonecos tradicionais.
Um dos modelos
mais famosos é a boneca que carrega o chá. Quando
o chá era colocado na bandeja, ela começava a andar
em direção da visita.
Dizem que
foi a primeira boneca a se mover no mundo.
O shibai karakuri
ningyou era usado para divertir o povo, simplesmente exibindo
as bonecas ou em peças de teatro conhecidas com ningyou
jyoururi ou bunraku (fantoche).
O karakuri
ningyou tem muita fama na região de Aichi, local onde surgiram
esses bonecos. A região sempre teve a cultura de industrialização
e ainda hoje é uma zona onde encontram-se fábricas
importantes, como a Toyota Motors.
Dizem que
no futuro haverá andróides equipados com inteligência
artificial. O mundo da ficção científica
e dos quadrinhos parece aproximar-se de nossa realidade. Conviver
com os robôs poderá deixar de ser um sonho em breve.
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