Ocidentais em geral, inclusive brasileiros, adotam assinaturas.
No Japão ainda hoje usam-se os carimbos, chamados de
hanko ou inkan. Há ainda, o chamado kaô, uma marca
da pessoa que se coloca abaixo da assinatura. Dizem que nos
registros das reuniões do ministério, liderado
pelo primeiro-ministro Koizumi, usam kaô em vez de inkan.
AS
FORMAS DA ESCRITA
No Japão não havia a escrita até que chegassem
os kanjis da China na primeira metade do século 6 (dizem
também que os kanjis já haviam chegado no século
4, extra-oficialmente). Eles foram elaborados há 3.500
anos por um personagem mitológico chamado Souketsu. Imagina-se
que tenha levado centenas de anos para se completar o alfabeto,
e com a participação de muitas pessoas. As formas
de escrever são: kaishotai, em que as letras são
escritas no seu formato original; gyooshotai, que simplifica
ligeiramente as formas dos caracteres e sooshotai é a
forma mais simplificada. Os fonogramas hiraganas, que foram
inventados no Japão, originaram-se de sooshotai. Os katakanas
foram feitos a partir de partes extraídas de kanji.
HANKO
E KAÔ
Hanko passou a ser usado a partir do Período Nara, e
inicialmente eram sinetes (utensílio com assinatura,
monograma ou divisa gravada em alto ou baixo-relevo e que se
usa para imprimir em lacre, cera, papel) funcionais dos poderes
públicos. Na segunda metade do Período Heian,
difundiu-se o Kaô , e quando se falava em carimbo, referia-se
a este. No Período das Guerras Internas, os hanko foram
largamente utilizados, mas kaô representava uma hierarquia
superior. Para os que não atingiram a maioridade, não
se permitia o uso de kaô.
As
formas de kaô partiram da forma sooshotai de escrita,
estilizando ainda mais os caracteres. Utilizavam não
somente ideogramas dos próprios nomes; alguns preferiram
usar os seus ideogramas prediletos. No período Tokugawa,
havia preferência por formas colocadas entre traços
horizontais. O símbolo do kaô do shogun Tokugawa
tem essa forma. Os populares sem habilidades da escrita faziam
marcas como O ou × no lugar de suas assinaturas, como
se fosse um kaô. Os monges também utilizavam símbolos
simples.
As formas de Kaôs partiram da forma shooshotai de escrita,
estilizando os caracteres
HANKO
NA SOCIEDADE
No Período Edo foi difundido o uso de hanko, e kaô
passou a não ser muito utilizado. Depois, no Período
Meiji, passaram a ser rejeitadas nos tribunais documentos sem
a posição do carimbo hanko ou jitsuin (carimbo
oficialmente registrado). Por isso o kaô perdeu o efeito
jurídico.
Entretanto,
usar kaô em cartas comuns ou similares são práticas
livres. Quando se escreve o próprio kaô com um
pincel, sentindo o aroma de sumi (tinta-da-China), mesmo nesta
época atribulada por muitos afazeres, talvez possamos
nos sentir como se tivéssemos voltado aos tempos antigos.
Que tal experimentar fazer o seu kaô?