Prédio do Bunkyo: atividades para
manter a tradição
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Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
Para participar ativamente da comemoração dos
400 anos de fundação da cidade de São Paulo,
foi formada, em 1954, a Associação de Colaboradores
Japoneses. O auxílio financeiro oferecido pelo governo
japonês e entidades civis chegou a 225 milhões
de ienes (quase R$ 6 milhões), e as doações
angariadas pela colônia japonesa de todo o Brasil foram
de milhões de cruzeiros da época. Com base nisso,
foi construído o Pavilhão Japonês, no Parque
do Ibirapuera, e realizados grandes eventos, como a Feira Internacional
de Amostras, tendo um importante papel no controle e união
da sociedade nipo-brasileira que se encontrava em grandes turbulências
por causa dos grupos kachigumi (partido dos que acreditavam
na vitória do Japão na Segunda Guerra Mundial)
e makegumi (que acreditavam na derrota).
A
partir desta organização foi fundada a atual Sociedade
Brasileira de Cultura Japonesa, o Bunkyo, em São Paulo,
que trabalhou para divulgar a cultura japonesa e fomentou o
intercâmbio cultural entre Japão e Brasil. Desta
mesma organização surgiu em 1956 a Aliança
Cultural Brasil-Japão (atual Nippaku Bunka Renmei), na
época com a denominação de Nippaku Bunka
Fukyukai (Associação de Difusão da Cultura
Nipo-Brasileira). Foram propostos como seus objetivos:
Realizar cursos de língua portuguesa, língua
japonesa, literatura brasileira e literatura japonesa.
Realizar simpósios e encontros para arte e literatura,
visando difundir a cultura.
Promover viagens de pesquisa para que brasileiros possam pesquisar
a cultura in loco no Japão, e os japoneses no Brasil,
bem como para intercâmbio cultural.
Instalar uma biblioteca a fim de coletar informações,
etc. Dizem que, no início, 70% dos associados eram de
não descendentes de japoneses.
Em
1963, foi aberto o curso de língua japonesa dentro do
Departamento de Línguas Orientais da USP. Os professores
efetivos do referido curso almejaram a instalação
de um centro de pesquisa da cultura japonesa como ponto de apoio
para os estudos japoneses a nível superior, o que foi
realizado em 1969 com a instalação de um pequeno
centro de estudos na Rua Mario Amaral, São Paulo, tendo
como diretor o saudoso professor Teiiti Suzuki. Posteriormente,
com apoio financeiro do governo japonês e da colônia
japonesa, foi construído, em 1976, o atual Centro de
Estudos Japoneses dentro da cidade universitária da USP.
Atualmente, o centro forma muitos pesquisadores de assuntos
japoneses, sob a direção da professora Tae Suzuki.
Contamos hoje com mais de dez universidades em todo o Brasil
que ministram cursos de língua e literatura japonesa.
Transcorrido meio século, os estudos japoneses encontram-se
firmemente arraigados no Brasil, sendo altamente valorizados.
Biblioteca do Bunkyo
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