Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
Boneco inspirado no mestre Daruma, da Índia
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Recentemente,
passamos pela primeira fase das eleições para
presidente da República bem como para governadores, senadores
e deputados federal e estadual. No Japão é comum
vermos os políticos eleitos pintando o olho de daruma
(boneco da sorte). Esta é uma prática comum: pinta-se
um dos olhos de daruma antes de iniciar um empreendimento, fazendo
um pedido. Ao concretizar com sucesso, em sinal de agradecimento,
pinta-se o outro olho. Antigamente, a prática era utilizada
não só em eleições mas também
para alcançar a fartura nos cultivos de cereais e criações
de bichos-da-seda. Atualmente, usa-se em época de exames
vestibulares, desejando sucesso. O boneco teve como modelo o
grande mestre Daruma, que viveu na Índia.
Por
que não tem braços nem pernas?
A
data de nascimento do mestre Daruma é desconhecida, mas
sabe-se que faleceu no ano 528. Nascido numa família
de nobres brâmanes da Índia, Daruma foi à
China ainda jovem e praticou ascese no templo Shorin (famoso
por ser o local de surgimento do estilo marcial Shorinji), no
Monte Suuzan. Na ocasião, praticou zazen (meditação
praticada na posição sentada com pernas cruzadas,
coluna ereta, com a palma da mão direita sobre a esquerda,
mantendo em contato os dois polegares e olhos entreabertos)
e meditou, atingindo o estado de completa absorção.
Buscou o espírito, atingindo a iluminação
espiritual conforme os preceitos budistas. Dizem que fundou
a seita zen-budista no final do século 5. O boneco reproduz
a sua imagem durante a meditação.
Por
que é vermelho?
Um
dos motivos dessa cor é que no Budismo somente aos monges
de graduação mais elevada era permitido o uso
da cor vermelha. Outro motivo é que a cor vermelha tem
o significado de afastar os maus espíritos das doenças.
Na Era Edo (1603-1868), eram comercializados desenhos de Momotaro,
Kintaro e outros heróis produzidos em técnica
de xilogravura na cor vermelha, como proteção
contra a varíola. Na época não havia vacina,
e a doença afetava adultos e crianças. A porcentagem
de mortalidade também era grande, e por deixar marcas
das feridas, os pais afixavam o desenho em tinta vermelha e
rezavam a Deus para que não contraíssem a doença.