Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
No
dia 15 de novembro é comemorado no Japão o Shichi-go-san,
que significa sete-cinco-três, e é um dia reservado
para orar a Deus pelo crescimento sadio das crianças.
Os familiares acompanham a visita ao templo dos meninos que
irão completar 3 anos ou 5 anos e das meninas que irão
completar 3 anos ou 7 anos. Antigamente havia cerimônias
de kaminaoshi para deixar crescer os cabelos aos 3 anos, hakamagi
aos 5 anos em que pela primeira vez os meninos vestiam a vestimenta
hakama, e obitoki aos sete anos, quando pela primeira vez as
meninas usavam quimono e faixa oficial.
O
quimono era importante não só no shichi-go-san,
mas em todas as ocasiões e cerimônias importantes
da vida, sendo indissociável da vida dos japoneses.
A
HISTÓRIA DO QUIMONO
Na
era Jomon, iniciada no século 7 a.C., os japoneses vestiam
o chamado kantooi, que consistia numa vestimenta do formato
de um tubo com aberturas. Em seguida, no Período Yayoi,
que perdurou até por volta do século 3, os homens
usavam algo semelhante às calças de hoje, e as
mulheres um tipo de saia longa, que faz lembrar as vestimentas
ocidentais atuais.
No
Período Yamato, quando ocorreu a unificação
da Nação japonesa, as vestimentas adquirem aspectos
semelhantes às do continente devido a influência
Chinesa. Entretanto, já no Período Nara (início
do século 8) surgiu um tipo de quimono mais folgado,
mais apropriado ao clima do Japão. As mulheres utilizavam
uma veste de mangas e barras longas que vestiam como se a sobrepusesse.
Dizem que esta foi a raiz do atual quimono japonês.
No
Período Heian, surgiu algo mais próximo ainda
do atual quimono. As mulheres da nobreza usavam juunihitoe,
que consistia em inúmeras peças de vestuário
(com tecidos finos) sobrepostas. Com o início da ascendência
dos Samurais no Período Kamakura, as vestes foram simplificadas
devido a priorização da facilidade de movimentação.
No
Período Azuchi-Momoyama surgiram peças suntuosas
com estampas magníficas. Não só os nobres
e samurais, como também a ascendente classe dos comerciantes
começaram a mostrar seu poderio econômico. No século
17, adentrando no Período Edo, as novidades não
ficaram somente nos designs e materiais utilizados em quimono
e faixas; surgiram também formas diferentes e elaboradas
de amarrar as faixas, penteados e acessórios. Especialmente
os atores de Kabuki tiveram um papel importante nesse processo,
introduzindo novas formas de expressar a feminilidade, inventando
faixas largas, ora deixando-as pender atrás.
Na
segunda metade do século 19, a partir da revolução
de Meiji, houve uma introdução repentina de um
grande volume da cultura ocidental, e com a difusão do
estilo de vida ocidental, o quimono passou a ser substituído
por vestimentas ocidentais. A partir de 12 de Novembro de 1871
(ano 5 Meiji), com a promulgação da lei que determinou
que a vestimenta ocidental passe a ser adotada como traje
de cerimônia, o quimono desapareceu da Secretaria
da Casa Imperial.
No
entanto, ainda hoje nas importantes cerimônias ou em atividades
tradicionais como a cerimônia do chá, arte floral
e ikebana, o quimono é o traje oficial.
No
Período Yamato, os quimonos sofreram influência
chinesa (à esquerda).
Já no Período Nara surgiu a vestimenta mais folgada