Promotor
da ocidentalização
Yukichi
Fukuzawa (1835-1901) foi quem introduziu as instituições
e os pensamentos ocidentais para modernização
do Japão no final do século XIX. Viajou aos Estados
Unidos e Europa, onde conheceu as bases da sociedade moderna.
Nascido
em Osaka, foi filho de um samurai de uma casta inferior e desde
pequeno teve consciência da desigualddade social em que
vivia. Na era Edo, as classes sociais eram definidas entre samurais,
agricultores, artesãos e os comerciantes.
Por
isso Fukuzawa escreveu no seu livro O Estímulo
do Aprendizado uma de suas frases mais famosas, que resume
o seu sentimento social: O céu não foi criado
para nenhum homem superior ou inferior a outro. Em 1868
fundou a escola Keio, a atual Universidade de Keio, onde ensinou
o idioma inglês e criou uma classe para os estudantes
conhecerem o funcionamento das instituições ocidentais.
Fukuzawa
não somente pôs ênfase para que o Japão
aprendesse os sistemas ocidentais, como incentivou a separação
de assuntos asiáticos para que se unissem mais aos países
civilizados ocidentais. Devemos tratar com os países
asiáticos exatamente como fazem os países ocidentais.,
escreveu em seu livro Apartase da Ásia.
A
fim de seguir opinando de forma independente, nunca trabalhou
na política e se dedicou a difundir seus pensamentos
e educar os jovens. Não obstante, o governo Meiji seguiu
o caminho da Oci-dentalização e isto repercutiu
na mentalidade do povo japonês da era moderna.
Marco
da mentalidade japonesa
Inazo
Nitobe é conhecido como o autor do livro Bushido,
A Alma do Japão. Nitobe (1862-1933), nascido em
Iwate, estudou Agronomia e Economia nos Estados Unidos e Alemanha,
casando-se com uma norte-americana.
Tinha
muitos amigos estrangeiros. Um dia, Nitobe estava conversando
com um belga que lhe perguntou se o sistema japonês abordava
a educação espiritual. O japonês pôs
se a pensar e respondeu que entre os séculos XVII e XIX,
o que havia configurado a espi-ritualidade do povo japonês
não havia sido tanto a religião, mas sim o bushido,
o caminho do samurai.
Isto
fez Nitobe escrever um livro em inglês para explicar aos
estrangeiros, por exemplo, porque os japoneses optam pelo suicídio
frente a um problema. Bushido, A Alma do Japão
foii publicado em 1900 e, Nitobe explica o seppuku, uma das
formas de auto-punição que existia, e podia explicar
em parte a conduta do japonês em relação
ao suicídio. Foi um invento medieval pelo qual
os guerrreiros expiavam seus delitos, ofere-ciam suas desculpas,
evitavam a vergonha, se redimiam a seus amigos e provavam sua
sinceridade.
Ainda
se dedicou à educação, sendo professor
das Universidades de Quioto e de Tóquio, entre outras,
e contribuiu para o desenvolvimento da educação
feminina. Nitobe voltou seus esforços à comunidade
internacional até a sua morte. Foi vice-secretário
geral da Liga das Nações de 1920 até 1926,
trabalhando para a Paz Mundial. Quando faleceu, em 1933, estava
no Canadá para assistir a uma Cônferência
Internacional do Pacífico.
Grande
escritor
O
célebre escritor Soseki Natsume (1867-1916), o
oitavo filho de sua família, foi entregue para adoção
a uma poderosa família de Shinjuku (Tóquio) quando
tinha um ano. Oito anos depois, os pais adotivos divorciaram-se
e Soseki voltou à casa de seus pais biológicos
com a sua mãe adotiva. Além do que, seu pai adotivo
considerava Soseki um estorvo, algo que posteriormente incluiu
em uma obra.
Depois
de estudar Literatura Inglesa na Universidade Imperial de Tóquio,
foi professor de inglês em escolas secundárias.
Foi enviado a um colégio em Matsuyama (Ehime) e sua própria
expe-riência ali converteu-se posteriormente em sua famosa
obra Botchan. É a história de um jovem
maestro de Tóquio que viaja para Matsuyama, onde é
vítima de toda sorte de travessuras por parte dos estudantes,
assim como de intrigas por parte dos maestros da província.
Em
1900, o Ministério da Educação lhe concedeu
uma bolsa de estudos de dois anos para o estudo de métodos
de ensino da língua inglesa na Universidade de Londres
(Grã Bretanha). Durante esta época, Natsume sofreu
com as dificuldades por falta de dinheiro, saudades e depressão.
Pouco
após regressar ao Japão, deixou de lecionar e
começou a escrever. Em 1905 lançou sua primeira
primeira novela Sou um Gato, e logo em seguida
outras treze novelas como Sanshiro e Kokoro.