Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
No Período Edo, a educação de acordo com
o sistema de castas sociais foi implantada em todo o Japão.
A classe dos bushi (samurais) tinham em cada feudo
uma escola. Para os populares havia as escolas particulares
chamadas de shijuku e para os filhos dos populares
havia os tera-oya, ou aulas ministradas em templos.
O governo feudal de Tokugawa construiu em 1690 o Shoheizaka
Gakumonjo, um centro onde estudavam os filhos dos samurais
com mais de sete anos de idade. Posteriormente, também
os filhos dos senhores feudais se matricularam. Esta entidade
funcionava como instituição para o ensino do confucionismo
e também para educação dos filhos dos funcionários
públicos.
O
programa de educação desta instituição
consistia inicialmente na leitura das quatro escrituras e cinco
sutras do confucionismo e, em seguida, história e ideologia,
Mais adiante eram realizadas discussões em mesa redonda
juntamente com os professores, pesquisas em grupo e apresentações
de textos escritos em estilo chinês. As provas ordinárias
eram realizadas nos dias três e oito de cada mês,
sendo as grandes provas realizadas em primavera e outono.
Ao
completar 15 anos, os alunos passavam por um exame que durava
quatro dias para poderem prosseguir seus estudos em estágios
superiores, sendo que os resultados eram representados em três
níveis de conceitos: Koo, Otsu e Hei (conceitos similares
a A, B e C).
Este
método foi o modelo para todas as escolas feudais e para
escolas particulares. Houve feudos que estipularam a redução
de pagamentos caso o rendimento escolar dos filhos fossem insatisfatórios,
como ocorria no feudo de Saga.
Concurso
Público
De acordo com o professor Goromaru Tadashi do curso de pensamentos
japoneses da Universidade de Shotoku, por ter sido o Período
Edo um mundo no qual imperava o sistema hereditário,
tem-se a impressão de que bastaria nascer num bom berço
para assegurar a ascenção, mesmo sem capacidade,
o que é um engano, pois, a partir dos anos 1.700 aproximadamente,
o sistema seletivo passou a ser aplicado.
A seleção rigorosa foi a chave do sustento do sistema feudal
durante 260 anos
No
primeiro concurso para funcionários públicos houve
a avaliação de nível de conhecimento acadêmico
e avaliação de habilidades. Os conceitos eram
Koo, Otsu e Hei, sendo que aquele que obtivesse o conceito Koo
era admitido incondicionalmente por excelência em conhecimento
acadêmico. Os que obtiverem o conceito Otsu eram ou não
aprovados conforme suas habilidades e também levando
em consideração os longos anos de aplicação
de seu pai na função. O conceito Hei significava
reprovação.
De
acordo com os registros dos exames de promoção
realizados entre os funcionários de nível inferior
em 1794, primeiramente seis pessoas recebiam o comunicado para
prestarem o exame. No dia definido, dirigiam-se ao Shoheizaka
Gakumonjo levando consigo as apostilas básicas do Confucionismo
Shogaku e Rongo. Havia seis folhas para
responder as questões, sendo proibido o uso de livros
comentados ou dicionários.
Dizem
que a seleção realizada desta forma rigorosa é
que foi a chave do sustento do sistema feudal durante 260 anos.
A continuidade deste sistema de seleção através
de concursos, sem se prender a linhagens familiares e linhas
de pensamentos mesmo após a revolução de
Meiji contribuiu enormemente para a modernização
do Japão.
Noryoko shiken - Prova de conhecimento do japonês
O exame é realizado desde 84
No dia 7 de dezembro, será realizado como de costume
o Exame de Proficiência em Língua Japonesa
no mundo todo, numa realização conjunta entre
Fundação Japão e Zaidan-Hojin Nihon Kokusai
Kyoiku Kyokai. Este exame é realizado desde 1984 e visa
avaliar e reconhecer dentro e fora do Japão o nível
de proficiência em língua japonesa, tendo como
alvo os estudantes do idioma japonês não nativos
desse idioma.
Na
sua primeira realização, o exame foi aplicado
em 15 países, tendo 7.998 participantes. Já no
ano passado, o exame foi realizado em 38 países num total
de 286.169 participantes. No Brasil, o mesmo é realizado
em São Paulo, Londrina, Rio de Janeiro, Brasília,
Porto Alegre e Belém. O número total de participantes
deste ano é de 3.364 pessoas. No Brasil, há 10
anos o número de participantes chegou a ser superior
a 5 mil pessoas.