Setsubun se comemora na véspera do início da primavera,
sendo que na maioria dos anos a data cai no dia 3 de fevereiro
conforme o calendário solar. Neste dia, em muitos lares
se recita Ogros fora, sorte dentro ao mesmo tempo
em que se atiram grãos de soja para uma pessoa que usa
máscara (omen) de ogro. Depois disso, cada um come os grãos
na mesma quantidade da sua idade.
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Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
A
história de Mamemaki
As
famosas otafuku e hyottoko
De acordo com a astrologia chinesa onmyoodoo (através
da qual se previa a sorte e realizavam cerimônias de purificação)
havia o costume de, no dia que antecede Setsubun, a pessoa deveria
sair de casa e partir em uma direção determinada
de acordo com o seu signo no horóscopo chinês,
trocando de hospedaria para se livrar dos maus espíritos
e dos maus fluídos.
Esta
atividade foi simplificada e as pessoas passaram a se deslocar
dentro da própria casa, em relação aos
cômodos situados em direção favorável,
segundo o horóscopo. O costume está relacionado
à Atividade de tsuina, realizada no Palácio
Imperial no Período Heian, que era uma importante atividade
de oniyarai (expulsão dos ogros, ou expulsão de
pragas e epidemias). No tsuina, que era realizado no dia 31
de dezembro, as crianças da nobreza corriam em perseguição
aos fantasiados de ogro. Esta atividade tornou-se popular em
forma de mamemaki, realizada na véspera do início
da primavera. Experimente você também espalhar
grãos de soja torrada!
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Originalmente as máscaras eram usadas para intimidar
o inimigo
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Por
que espalhar ou comer grãos
Desde antigamente acreditava-se que os grãos, especialmente
o arroz, possuíam o poder de eliminar epidemias, assim eram
utilizados para livrar-se das doenças e infortúnios
naquele ano. Atualmente a soja e seus derivados (miso, tofu, natto,
etc) estão sendo revalorizados como alimentos saudáveis,
o que foi comprovado pelos estudos nutricionais e científicos.
Os antigos provavelmente tinham conhecimento disso pela vivência
e provavelmente tomavam cuidados com a saúde. Nos templos
e santuários ainda hoje se realizam atividades nas quais
são convidados homens e mulheres que pertencem ao signo do
ano, para atirar saquinhos contendo grãos às pessoas
presentes. |
Máscaras são usadas no mundo todo em atividades
religiosas ou como brinquedo de crianças
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Hannya retrata uma
mulher tomada pela ira
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Variedade
de máscaras
As máscaras são utilizadas no mundo todo em atividades
religiosas, nas festividades ou como brinquedos de crianças
como ocorre atualmente. Originariamente sua finalidade era a de
intimidar o inimigo ou a auto-ostentação, o que
equivalia ao uso de kabuto (elmo). Outra finalidade era o de assumir
personalidades de outras pessoas ou de animais. É um objeto
que atende ao instinto de transformação do ser humano.
Foi
encontrada uma máscara feita de argila num sítio
arqueológico de três mil anos. No século 8,
foram introduzidas, da China, máscaras utilizadas na dança
das oferendas religiosas, sendo também usadas nas danças
que pedem chuva ou sol. Estas máscaras resultaram mais
tarde nas utilizadas em Dengaku, teatro No e Kyogen. No Brasil
um grande número de belas sambistas mascaradas aumentam
o clima nos desfiles de carnaval.
Dentre
as máscaras preservadas pelo povo, temos a máscara
de tengu (personagem imaginária) que vive nas montanhas,
a máscara de hannya que retrata a fisionomia de uma mulher
tomada pela ira num acesso de ciúme, okame (mulher feia),
hyottoko (máscara de homem com boca saltada e olhos vesgos),
o cachorro-raposa, macaco e outros numerosos animais. Nas festas
realizadas em templos, estão também à venda
máscaras de Momotaro (personagem da literatura popular
infantil), e atualmente até máscaras de super-homem
e homem-aranha, feitas de papel ou plástico.
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