Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
Foi a partir do século 17 que o povo japonês pode
ter as suas três refeições diárias
regularmente, até mesmo a camada mais popular. Com maiores
disponibilidades na vida cotidiana, surgem além das principais
refeições, outras iguarias mais elaboradas nos
lanches ao invés de uma simples batata cozida no vapor.
O
lanche da tarde se chama oyatsu porque, pelo horário
antigo, entre duas e três horas da tarde era dito yatsu
(oito), sendo chamados de oyatsu também os doces servidos
nesse horário, termo que é utilizado ainda hoje.
O lanche pode também ser chamado de osanji (três
horas).
Atualmente
existe uma grande variedade de doces japoneses e ocidentais.
Falaremos de alguns doces típicos e tradicionais do Japão,
que hoje em dia são comprados prontos, que combinam com
o chá japonês.
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KUSHI
DANGO
Espetinhos possuem uma grande variedade
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Dango
são bolinhos em formato redondo. Sua massa é feita
de farinha de arroz misturada à água, sendo cozidos
no vapor, colocando 3 ou 4 deles num espeto e servidos com caldas
ou anko (pasta de feijão azuki cozido com açúcar).
O mais procurado é o mitarashi dango que é levemente
assado e servido com um molho doce preparado a base de shoyu (molho
de soja). Fora este, há inúmeras variedades como dango
com anko , enrolados em nori (folha de alga marinha) e shoyu ou
molho doce de shoyu com gergelim preto, entre outros, com preços
variando em torno de 100 ienes (cerca de R$ 2,65).
SEMBEI
Sembei são bolachas feitas com uma mistura de farinha de
arroz e água, que após ser bem amassada é
aberta e cortada em formas circulares ou quadradas e assadas em
grelhas ou chapas de ferro, ou ainda fritos. No Período
Edo era mais comum temperá-los com sal ou shoyu. Aos poucos
foram surgindo os sembei de sabor gergelim, nori, gengibre, camarão
ou amendoim. São muito procurados como produtos representativos
de cada região e para levar de presente ao retornar de
viagens. É muito bom comê-los apreciando o som crocante.
TAIYAKI
Este doce consiste numa massa assada em formas com formato de
tai (pargo) com recheio. O mais gostoso é saboreá-lo
ainda quente, assoprando-o. É o doce mais procurado no
inverno. Custa 150 ienes (R$ 4) cada. O taiyaki exportado do Japão
para a Coréia é chamado de Bun´oban, e dizem
que, em épocas de crise, aumenta o número de vendedores
de taiyaki. Dizem que ainda hoje é um doce muito apreciado.
Em
São Paulo, é mais conhecido o dorayaki (formato
de dora, ou seja, gongo).
OHAGI
Cozinha-se o arroz comum misturado com mochigome (arroz para se
fazer mochi), socando-o para obter a massa e fazendo-o no formato
redondo, e cobrindo-os em seguida com uma camada de anko, kinako
(farinha de soja açucarada) ou gergelim. É também
uma iguaria servida no equinócio de primavera e outono
em que se cultua a alma dos falecidos. Isto porque acreditava-se
que o feijão azuki utilizado na cobertura possuia poderes
para expulsar os maus espíritos. O nome de ohagi
se deve ao fato de os grãos da cobertura lembrarem as flores
de hagi , que florescem em outono. O ohagi é também
chamado de botamochi por ser parecido com as flores de botan (peônia)
que florescem na primavera.
KASHIWAMOCHI
Bolinho é coberto por folha de carvalho
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As
folhas de carvalho são tidas como auspiciosas porque as
mais velhas não caem antes que brotem as mais tenras, e
por isso são tidas como símbolo da continuidade
da família. Os mais antigos utilizavam-nas como guarnição
para os alimentos oferendados a Deus. Kashiwamochi consiste no
bolinho feito de pasta de farinha de arroz comum com formato de
meia-lua, recheado de anko e coberto com folha de carvalho. Tanto
na aparência como no paladar, pode-se apreciar o sabor da
natureza. Substituindo a folha pela de cerejeira e dando uma cor
rosada à massa, o doce passa a se chamar sakuramochi.
Bolos
e chocolates
Com a ocidentalização do modo de vida, os doces
servidos também tendem para bolos, chocolates e cremes,
mas para se saborear acompanhados do chá japonês,
o melhor mesmo são os doces tradicionais do Japão.
Experimente, com certeza, irá gostar !
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