Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
Na era da caça o cão era imprescindível
para a vida do Homem e, na era do cultivo agrícola, o
cavalo e o boi. Em toda e qualquer época, o Homem e o
animal sempre mantiveram um convívio.
Criar
animais de estimação como cães, gatos,
pássaros, peixes dourados, carpas, etc, foi uma opção
que esteve em voga entre os populares e agricultores a partir
do século 17, aproximadamente, quando estes passaram
a gozar de uma vida relativamente tranqüila. Há
também registros de que na segunda metade do século
18, animais eram expostos para apreciação pública
em locais como casas de chá.
O
governo Meiji dedicou esforços para reunir em museus,
espécimes embalsamadas ou empalhadas de animais e amostras
de plantas e, ao mesmo tempo, passou a criar exemplares vivos
de animais. Dessa forma, em 1882, chegou-se à abertura
do Jardim Zoológico de Ueno.
No imaginário
Temos inúmeros contos antigos que tratam de animais que,
sendo salvos pelo homem, retribuem o ato com gratidão.
O mais comum é o enredo em que o animal cuja vida foi
salva, retorna assumindo a forma de um ser humano e se casa
com a pessoa que a salvou. Temos como exemplo o conto Tsuru
no Ongaeshi e outros. Há várias outras versões
como o velhinho que repartiu o seu mochi (bolinho de pasta de
arroz) com um rato e este retribuiu-lhe com um tesouro, ou a
estória de um velhinho que ajudou um pardal cuja língua
fora cortada, recebendo em troca uma imensa fortuna. Provavelmente
tratam-se de contos transmitidos entre gerações
para mostrar como os antigos viviam junto à natureza
e também o espírito de ajuda mútua.
Na religião
Desde
antigamente, existem no mundo inteiro religiões primitivas
que cultuam animais com algum tipo de poder, veneno ou periculosidade
que o ser humano não possui. Por exemplo, a cobra é
associada ao lençol freático, sendo considerada
a origem da boa safra e, por extensão, passou a ser uma
divindade protetora da casa e da fortuna. Em frente aos santuários
xintoístas no Japão há um par de komainu
(animal parecido com leão), posicionado para guardar
o templo dos maus espíritos, com uma feição
pouco amistosa. Nos santuários Inari jinja, há
imagens de raposas diante da imagem divina como sendo mensageiro
divino. Há também o boneco maneki neko, o gato
da fortuna, que atrai sorte para o comércio. No Brasil
também temos, por exemplo, a pata de coelho
que atrai a sorte.
Os preferidos
Atualmente
no Japão existem cerca de 19 milhões de cães
e gatos em 14,5 milhões de lares. Dizem que isso significa
que em cada três lares, um possui algum animal de estimação.
Dizem que em São Paulo há mais pet shops do que
farmácias.
No
Japão as residências são pouco espaçosas,
o que acaba refletindo na escolha de cães de pequeno
porte como chiuaua, shih tzu ou dachshund, ao invés de
cães da raça akita, tosa ou outras de origem japonesa.
Além de cães e gatos são também
criados hamsters, passarinhos, mini-porcos, etc. Dizem que nos
Estados Unidos há desde médicos psiquiatras para
cães e gatos até cirurgiões para peixes
tropicais e outros.
Como
resultado da redução do número de filhos
e o envelhecimento da população no Japão,
os animais de estimação passaram a ser importantes
parceiros, podendo ser considerados parte da família,
principalmente pelos idosos que vivem só. Além
disso, com a diminuição da confiança entre
as pessoas, o papel dos animais de estimação está
sendo cada vez mais importante.
No Brasil
Recentemente,
vem ocorrendo uma série de misteriosos crimes contra
os animais. Cerca de 60 espécimes do zoológico
de São Paulo foram mortos por envenenamento, provocando
a indignação do povo paulistano.