Recentemente,
ao entrevistar um “ex-dekassegui” que nos procurou através
de indicação de um amigo comum, fiquei sabendo que ele já
havia retornado ao Brasil há quase 3 anos, por força da
crise econômica de 2008. Por suas qualificações positivas,
particularmente um bom domínio do idioma japonês e uma carreira
ascensional, ainda que em fábrica, esta pessoa havia conseguido
se empregar rapidamente em uma subsidiária de multinacional japonesa
aqui em São Paulo. E, um importante detalhe: assim que ele conseguiu
o novo emprego, matriculou-se num curso superior em nível de gestão
(duração de 2 anos) e hoje, neste intervalo de 3 anos no
Brasil, já atendia a uma das principais exigências do mercado
de trabalho, que é um diploma de nível superior.
A pessoa citada
acima, sem saber, preencheu alguns dos conceitos da hoje chamada “empregabilidade”,
que passaremos a comentar, abaixo:
Até
há pouco tempo, talvez duas décadas atrás, a estabilidade
no emprego era muito valorizada pelas empresas no momento da contratação.
Se sua carreira era pontificada por empregos duráveis, cujo tempo
de permanência variava entre cinco a dez anos ou até quinze
anos na mesma empresa e, este era o seu caso, você era considerado
um profissional exemplar.
O detalhe,
antes positivo, é visto hoje como acomodação no emprego.
Atualmente, valoriza-se o aprendizado e a diversidade de experiências.
O profissional versátil, ágil, assertivo, proativo, capaz
de acompanhar mudanças, de inovar e de apresentar alguma diferença,
é o perfil mais apreciado pelo mercado.
Essa mudança
de enfoque – tão díspar – ocorreu em função
da globalização do mercado e pela verdadeira revolução
ocorrida no setor de tecnologia da informação nos últimos
anos, obrigando tanto o mundo corporativo quanto as pessoas que dele fazem
parte a se adaptarem às novas exigências para poderem sobreviver.
As empresas modificaram seus processos de trabalho e enxugaram suas estruturas.
O datilógrafo, profissional que era essencial no passado, hoje
foi substituído por jovens que, não só sabem datilografar
(digitar) como também preparam demonstrativos, planilhas e gráficos
complexos, utilizando programas de computador como o Excel ou Power Point.
E, de tabelas, fazem “malabarismos” com os seus i-pads, tablets
e outras maravilhas de nossa tecnologia.
O mercado de
trabalho atual busca profissionais cada vez mais competentes, atualizados
e preparados, além de pessoas capazes de se adequarem às
novas necessidades do mundo em qualquer ambiente organizacional.
Daí
surgiu o conceito de EMPREGABILIDADE, uma palavra que
se tornou comum, no cotidiano e no vocabulário das pessoas. Mas,
o que significa isto?
Explicando
de uma forma simplista: Empregabilidade é a habilidade de se tornar
útil e necessário ao mercado de trabalho atual. É
ter um diferencial. É ter uma formação escolar, acadêmica.
É ter algo a mais a oferecer. É estar sintonizado com os
acontecimentos do mundo. É saber fazer um bom marketing pessoal,
ter um rico networking e estar atualizado com a tecnologia e as tendências
do mercado. É possuir as características que o mercado exige,
independentemente da empresa que atua ou que irá atuar. É
ser desejado pelo mercado, ou seja, é ter aquele algo a mais que
o coloca à frente de seus concorrentes. Dando atenção
a estas qualificações, as suas chances de conseguir emprego
se multiplicarão e muitas. Isso significa ser empregável,
isso é empregabilidade.
Junto aos fatores
acima citados, nunca se esquecer que: caráter, ética e valores
pessoais deverão estar agregados também. Sem estes últimos,
de nada valerá as ferramentas acima, pois o mercado de trabalho,
por maior e mais amplo que seja, de alguma forma acaba rejeitando profissionais
que não tenham boa conduta e princípios.
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