Este
é um tema que me vem ao pensamento com frequência,
e sobre o qual gosto de refletir, de filosofar, sempre que um fato
ou algo me faz voltar ao assunto.
Citarei
as palavras de uma amiga, e me permito tratá-la assim, como
se a conhecesse anos a fio, embora não a conheça pessoalmente,
tamanha a afinidade que temos. Amizade essa que se formou através
dessa fantástica tecnologia que é a internet, instrumento
que veio facilitar a comunicação sem impor limites
geográficos, e que teve início através desta
coluna que, com muita satisfação, mantenho neste site.
Esta amiga fez uma observação muito interessante sobre
o poder que algumas pessoas têm de encantar outros,
citando o pensamento de Saint Éxupery: nos tornamos
eternamente responsáveis por aquilo que cativamos,
para enfatizar seu argumento.
Referia-se
ele, provavelmente, às qualidades que algumas pessoas têm
de, mesmo num ambiente prosaico, impessoal, como em um vagão
do metrô ou até dentro do elevador do escritório,
simplesmente dirigir um olhar ao outro e dizer bom dia,
encantar pela simpatia e expressividade do gesto, fazendo com que
a retribuição ocorra de maneira quase uníssona
e espontânea, e da forma mais amável que é possível
naquele momento. Essa reação quase química
(ou física?) que se estabelece, tal como imã que se
atrai, pode ocorrer em diversas situações, locais
e de diversas formas, e não apenas através do contato
visual ou pessoal. Com certeza, cada um de nós tem vários
episódios que comprovam esta assertiva.
A maneira
como tratamos as pessoas é que vai fazer a diferença
e fazer com que sejamos lembrados, elogiados e até admirados.
Encantar as pessoas não é agir de forma mecânica,
premeditada. É algo que vem de dentro. É exteriorizar
o prazer que você tem pela vida, pelas pessoas, por tudo,
até pelo seu trabalho, seja ele o mais simples possível.
Tratar as pessoas de forma amável, cultivando o relacionamento
humano, em qualquer momento, seja com colegas de trabalho, fornecedores,
clientes ou amigos, e até com pessoas que cruzam o seu caminho,
além da boa imagem que passamos, estamos sempre aprendendo
e ensinando alguma coisa, até mostrando o que nunca devemos
fazer ou ser. Podemos também ser aquinhoados com momentos
únicos, de muita alegria ou satisfação, como
a oportunidade de conhecer pessoas que podem mudar ou dar um outro
sentido à nossa vida, seja na área profissional ou
pessoal.
Por força
do meu ofício, conheci muitas pessoas. Milhares, sem exagero!
Para muitos profissionais tive a oportunidade de dar um empurrãozinho
em seu retorno ao mercado de trabalho. E, a maior satisfação
que sinto é quando recebo um obrigado, muitas
vezes com os olhos marejados, não de um executivo ou um gerente,
mas de um simples trabalhador, humilde, que após meses desempregado,
volta a ter um emprego.
Para
encantar, devemos fazer com que os outros se sintam felizes por
terem conhecido você, que se sintam atendidas e compreendidas,
mesmo que não tenham seus problemas resolvidos naquele momento.
A esperança e o alento que você incutiu nelas, pela
atenção que as dedicou, por minutos que sejam, é
uma sensação tão compensadora quanto à
solução de um problema imediato.
Atrevo
a dizer que encantar as pessoas é ter amor no coração
e... saber doar, saber transferi-lo para outras pessoas.
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