O otimismo sempre foi uma marca do brasileiro. Até
demais, ouso afirmar. Em 2013, por exemplo, numa escala de 0 a 10
, liderávamos pelo oitavo ano seguido o ranking mundial de
entusiasmo pelo futuro, com nota 8,8 , conforme levantamento do
Instituto Gallup World Poll.
O tempo passou, Dilma pedalou, a classe política
e alguns empresários desandaram e, hoje, o pessimismo tupiniquim
nunca foi tão grande. Segundo o Instituto Ipsos, somente
8% dos brasileiros mantém o otimismo em relação
ao futuro e a sensação de revolta atingiu o seu patamar
mais alto (28%). Nem a nossa seleção canarinha de
futebol serve hoje como consolo. Há muito que ela deixou
de ser a alegria do povo.
Entretanto, mesmo diante de tanto baixo astral,
algumas ações e atitudes que ocorrem em nosso dia-a-dia
deixam vislumbrar um ar de esperança nesse ambiente tão
desanimador. Não desejando fazer comparações,
mas faz-me lembrar "as pílulas de otimismo" que
circulavam na minha época, mais ou menos na década
de 1970, que eram pílulas em forma de texto, ou sejam, pensamentos
e ensinamentos que serviam de tranquilizantes para muita gente naquela
época, onde não havia livros ou programa de autoajuda
explícitas, como temos hoje. Essas "pílulas"
eram de autoria do padre dominicano canadense Marcel-Marie Desmarais,
que se notabilizou com isso. Talvez hoje essas pílulas não
tenham muita eficácia, tamanho o ceticismo e incredulidade
que imperam em nossa vida atual.
Não custa repetir algumas das mais famosas,
como:
- "A melhor maneira de superar qualquer doença
é uma pílula de otimismo todos os dias acompanhado
por um sorriso."
- "Não corra das borboletas. Contemple
o seu jardim e elas virão até você."
- "Enquanto não encontrar o que está
procurando, seja feliz com o que você tem."
- "Não é o que você diz,
acredita ou deseja, mas é apenas o que você faz é
que importa. Suas escolhas mostrarão quem realmente você
é." Como comprovei, outro dia, passando uns dias em
um hotel-fazenda na região do Sudoeste Mineiro. Percebi entre
os hóspedes um casal de gays, duas moças bonitas que,
apesar de discretas, deixavam revelar a opção. Mas,
o olhar de estranheza inicial deixou de existir quando soube que
o casal acabou adotando um cãozinho abandonado, que circulava
pelas proximidades do local, pedindo carinho e comida. Sorte do
animalzinho, ganhou pai e mãe . Eu até fiz "tchau"
para elas, quando se despediram , com o bebezinho acomodado no colo
de uma delas , feliz da vida.
-" Não repreenda o idoso com dureza;
se necessário chame sua atenção como se fosse
uma criança." Como a cena que presenciei, ainda no restaurante
do mesmo hotel-fazenda. Estávamos à mesa e de repente
ouvimos um barulhão na mesa ao lado. Era o senhorzinho que
escorregara da cadeira, desabando ao chão. No mesmo instante
ouviu-se a voz de censura da esposa, chamando a atenção
do companheiro pela falta de cuidado. A situação,
um tanto constrangedora, foi logo contornada pela intervenção
da filha que, carinhosamente, com as mãos no rosto do pai,
sussurrou para ele: "não foi nada, pai; importante que
não se machucou. Vamos jantar, que a comida está deliciosa!"
Soubemos que o pai tinha dificuldade motora em um dos braços
e naquele dia já havia caído duas vezes.
- "A Lei do Caminhão de Lixo,
contada por Arnaldo Jabour." A vida é muito curta, não
leve lixo com você. Ela é dez por cento do que você
faz dela e noventa por cento da maneira como a recebe. O princípio
disso é que pessoas felizes não deixam o caminhão
de lixo estragar o seu dia (veja o texto integral no YouTube/Internet)
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