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Conversando de RH

27 de junho de 2016
Pílulas de otimismo

O otimismo sempre foi uma marca do brasileiro. Até demais, ouso afirmar. Em 2013, por exemplo, numa escala de 0 a 10 , liderávamos pelo oitavo ano seguido o ranking mundial de entusiasmo pelo futuro, com nota 8,8 , conforme levantamento do Instituto Gallup World Poll.

O tempo passou, Dilma pedalou, a classe política e alguns empresários desandaram e, hoje, o pessimismo tupiniquim nunca foi tão grande. Segundo o Instituto Ipsos, somente 8% dos brasileiros mantém o otimismo em relação ao futuro e a sensação de revolta atingiu o seu patamar mais alto (28%). Nem a nossa seleção canarinha de futebol serve hoje como consolo. Há muito que ela deixou de ser a alegria do povo.

Entretanto, mesmo diante de tanto baixo astral, algumas ações e atitudes que ocorrem em nosso dia-a-dia deixam vislumbrar um ar de esperança nesse ambiente tão desanimador. Não desejando fazer comparações, mas faz-me lembrar "as pílulas de otimismo" que circulavam na minha época, mais ou menos na década de 1970, que eram pílulas em forma de texto, ou sejam, pensamentos e ensinamentos que serviam de tranquilizantes para muita gente naquela época, onde não havia livros ou programa de autoajuda explícitas, como temos hoje. Essas "pílulas" eram de autoria do padre dominicano canadense Marcel-Marie Desmarais, que se notabilizou com isso. Talvez hoje essas pílulas não tenham muita eficácia, tamanho o ceticismo e incredulidade que imperam em nossa vida atual.

Não custa repetir algumas das mais famosas, como:

- "A melhor maneira de superar qualquer doença é uma pílula de otimismo todos os dias acompanhado por um sorriso."

- "Não corra das borboletas. Contemple o seu jardim e elas virão até você."

- "Enquanto não encontrar o que está procurando, seja feliz com o que você tem."

- "Não é o que você diz, acredita ou deseja, mas é apenas o que você faz é que importa. Suas escolhas mostrarão quem realmente você é." Como comprovei, outro dia, passando uns dias em um hotel-fazenda na região do Sudoeste Mineiro. Percebi entre os hóspedes um casal de gays, duas moças bonitas que, apesar de discretas, deixavam revelar a opção. Mas, o olhar de estranheza inicial deixou de existir quando soube que o casal acabou adotando um cãozinho abandonado, que circulava pelas proximidades do local, pedindo carinho e comida. Sorte do animalzinho, ganhou pai e mãe . Eu até fiz "tchau" para elas, quando se despediram , com o bebezinho acomodado no colo de uma delas , feliz da vida.

-" Não repreenda o idoso com dureza; se necessário chame sua atenção como se fosse uma criança." Como a cena que presenciei, ainda no restaurante do mesmo hotel-fazenda. Estávamos à mesa e de repente ouvimos um barulhão na mesa ao lado. Era o senhorzinho que escorregara da cadeira, desabando ao chão. No mesmo instante ouviu-se a voz de censura da esposa, chamando a atenção do companheiro pela falta de cuidado. A situação, um tanto constrangedora, foi logo contornada pela intervenção da filha que, carinhosamente, com as mãos no rosto do pai, sussurrou para ele: "não foi nada, pai; importante que não se machucou. Vamos jantar, que a comida está deliciosa!" Soubemos que o pai tinha dificuldade motora em um dos braços e naquele dia já havia caído duas vezes.

- "A Lei do Caminhão de Lixo, contada por Arnaldo Jabour." A vida é muito curta, não leve lixo com você. Ela é dez por cento do que você faz dela e noventa por cento da maneira como a recebe. O princípio disso é que pessoas felizes não deixam o caminhão de lixo estragar o seu dia (veja o texto integral no YouTube/Internet)



Katsuo Higuchi
Profissional de RH; como executivo e empresário , atua
na área há mais de 40 anos. Foi diretor da empresa AVANCE DO BRASIL.
e-mail: rk.higuchi@gmail.com

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