Jorge Paulo Lemann, considerado o homem mais rico
do Brasil e, diga-se de passagem, com inteira justiça, utiliza
em suas palestras, como verdadeiro mantra, a frase "devemos
sonhar grande, porque sonhar grande ou pequeno dá o mesmo
trabalho". Com outras palavras e não menos sabedoria,
D. Satono costumava dizer, em seu português macarrônico,
que, na vida, "é importante pensar grande, ser ousado".
D. Satono foi minha sogra.
Sonhar é bom, é importante. E não
é exclusividade apenas das crianças e jovens; todos
têm direito a desejos e aspirações, em busca
de satisfações materiais, afetivas, espirituais, profissionais.
Sonhar é inerente à vida do ser humano, faz bem, mesmo
aqueles sonhos quase impossíveis ou mais modestos, quase
ao alcance da mão, como afirma a D. Aiko, esperta nos seus
95 anos bem vividos e sofridos. "Já cumpri com as minhas
obrigações nesta vida, agora meu sonho é poder
viajar, passear, aqui pertinho mesmo, não precisa ser longe,
e poder curtir os restaurantes de vez em quando. Aí, não
preciso cozinhar, né?", diz ela, rindo do seu próprio
sonho (desculpe, D. Aiko é minha mãe).
Ou, o sonho da amiga Eloisa, na plenitude de seus
40 anos que, além de dona de casa, busca se consolidar como
fotógrafa profissional, especializada em newborn. Ou, a jovem
Patrícia, nos seus 17 anos, que afirma, com surpreendente
segurança: "Não quero ser engenheira, como meu
pai, quer ser uma neurocientista"! Bacana! Lembro-me do Tuji-San,
engenheiro e empreendedor destemido, cujo sonho, ao retornar do
Japão depois de 20 anos, é simplesmente se inserir
no mercado de trabalho, bastante restritivo aos ex-dekasseguis.
Ou, o "sonho coletivo" do grupo liderado pelo amigo Carlos,
que busca a concretização do pioneiro projeto de co-housing,
condomínio compartilhado para a terceira idade. Com certeza,
muitos sonhos povoam as cabeças de nossos atletas, neste
momento da realização da Olimpíada no Rio de
Janeiro.
Quando somos crianças, a nossa mente está
repleta de sonhos, de super-homens, artistas, esportistas. Sonhos
sem limites e restrições. Mas, à medida que
crescemos, parece que os sonhos passam por um processo inverso,
diminuindo de tamanho e expectativa. Depois que crescemos um pouco
mais, os sonhos vão se tornando mais palpáveis, como
ser médico, advogado, professora etc. O que permanece em
todos os seres humanos, qualquer que seja a idade, é o sonho
maior de ser feliz.
Os sonhos funcionam como uma bússola, sinalizando
os caminhos que deveremos seguir e os objetivos que queremos alcançar.
São eles que nos estimulam, revigoram e nos permitem manter
a chama de viver.
"Mire na lua, pois, se você errar, acertará
as estrelas", é a célebre frase do dr. David
Schuwartz, em seu livro A mágica de pensar grande. Quando
se tem uma mente aberta, quando você se considera merecedor
de coisas boas e se vê capaz de conquistas maiores, você
cria um ambiente propício para buscar a realização
de seus sonhos e, mesmo que eles não se concretizem exatamente,
você já teria chegado perto e obtido algo positivo.
Como diz Augusto Cury: "Os sonhos oxigenam a inteligência
e irrigam a vida de prazer e sentido".
Nunca é tarde demais ou cedo demais para
ser feliz, fazer algo que se ama e que lhe proporcione satisfação.
Nunca é cedo ou tarde demais para VIVER!
BONS SONHOS!
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