Na semana passada,
o jornalista Jorge J. Okubaro resumiu o tema com muita clareza, em artigo
publicado no Jornal O Estado de S. Paulo: “há carência
no país de trabalhadores adequadamente qualificados em diferentes
áreas” .
A falta de
pessoas qualificadas é resultado do crescimento acelerado de alguns
setores da economia brasileira nestes últimos anos. Esse desenvolvimento
pegou o país, as empresas e a sociedade de surpresa. Desde a década
de 80, as empresas e o governo deixaram de investir em qualificação
profissional, em especial a de nível técnico.
Mas, para quem
procura uma oportunidade no mercado de trabalho, essa situação
parece não fazer muito sentido. Como questiona Ricardo Miyasato,
ex-dekassegui de 39 anos, com 20 anos de experiência profissional,
dos quais 15 adquiridos no Japão e que desde fevereiro de 2011,
quando retornou ao País, busca uma recolocação. “Dizem
que faltam profissionais qualificados, mas como isso acontece se tantas
pessoas experientes não encontram trabalho?”.
Os especialistas
em política de empregos e recursos humanos definem esta situação
como “apagão de mão de obra”. De um lado, há
muita gente procurando emprego e, de outro, estão as empresas buscando
profissionais qualificados. A maior dificuldade é conciliar a formação
dos candidatos com as exigências das empresas. Para os empresários,
este descompasso passa a ser o maior desafio para o crescimento de suas
empresas nos próximos anos.
Motivados pela
nova realidade e atraídos por uma melhor oportunidade e remuneração
é que centenas de milhares de brasileiros que trabalhavam nos EUA,
Europa e Japão buscaram retornar ao País. Soma-se à
eles, o número de estrangeiros autorizados a trabalhar no Brasil
que triplicou nos últimos cinco anos.
De acordo com
o levantamento das principais Consultorias de RH, os cargos mais demandados
e difíceis de serem preenchidos atualmente no mercado, são:
- Gerentes
e Supervisores de contabilidade, com inglês fluente;
- Consultores
SAP, com inglês fluente;
- Profissionais
de T.I;
- Engenheiros
e Técnicos em geral, com destaque maior para o setor de infra-etrutura
(rodovias, hidrelétricas, saneamento);
- Profissionais
para a área de mineração;
- Profissionais
para as áreas de petroquímica, energia, óleo e
gás;
- Profissionais
para a área de Logística;
- Médicos
do Trabalho;
- Além
de Operários de Produção para setor automotivo,
eletrônico, construção civil, construção
naval, entre outros.
Nas multinacionais
japonesas do setor industrial, principalmente aquelas que se instalaram
recentemente no interior, surgem mais oportunidades para os ex-dekasseguis
que, além de terem sólida e diversificada experiência
em chão de fábrica, tenham se destacado por funções
de liderança e supervisão e bom domínio do idioma
japonês.
O Brasil avança,
apesar de tudo, oferecendo oportunidades para aqueles que façam
por merecê-las.
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