Enquanto o budismo tibetano arrebanha seguidores, atraídos pela
simpática figura do Dalai Lama e sua literatura de divulgação,
perigosamente aparentada da auto-ajuda, o budismo zen continua a fazer
adeptos entre pensadores e espíritos livres de todos os lugares,
graças ao seu caráter não-devocional e, mais do que
cético, verdadeiramente ateísta. Muitos ocidentais acreditam
que é preciso entender de zen para escrever haicais. Embora isto
não seja necessariamente verdadeiro, é bom conhecer um pouco
de budismo, como uma forma de se entender o contexto sobre o qual se desenvolveram
as diversas manifestações da cultura japonesa. Recomendamos
o livro Buda, o Mito e a Realidade, do jornalista Heródoto
Barbeiro (Editora Madras, 120pp, ISBN 85-370-0025-6, R$ 17,90). Embora
não o diga, o autor concentra-se na vertente zen do budismo, apresentando
suas principais idéias através de um texto de tom jornalístico,
ágil e de fácil leitura. Muito interessante, por exemplo,
o capítulo que tenta explicar o conceito budista de rencarnação,
completamente diferente da tradição kardecista, à
qual nós, ocidentais, estamos acostumados.
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