Haicai, como
diz Paulo Franchetti, não é síntese, no sentido de
se dizer o máximo com o mínimo de palavras. É, antes,
empregar o mínimo para dizer apenas o suficiente. Síntese
é tomar uma notícia do jornal e espremê-la em 17 sílabas:
Caos nos
aeroportos.
Atrasos, desmaios, confusão.
Chuva inesperada.
Aqui, tenta-se
condensar muitas impressões: chuva, atrasos, desmaios, confusão,
encimados por uma frase de efeito, como um título: caos nos aeroportos.
A busca pela síntese de um grande quadro é o erro de muitos
principiantes. O melhor, nesses casos, é escrever uma crônica
ou um conto. Quanto ao haicai, o correto é procurar um pequeno
detalhe desse quadro e descrevê-lo de maneira despojada. Por exemplo:
Aeroporto
fechado:
Um urubu solitário
Sob o céu cinzento.
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