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Tan Taigi (17091771) |
hatsu
koi ya
tôrô ni yosuru
kao to kao
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Tradução:
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O primeiro amor
À lanterna se aconchegam
Um rosto e outro rosto
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O kigo (termo de estação) é tôrô, abreviação
de bon-dôrô, lanterna típica do festival Obon. De origem
budista, o Obon celebra os mortos, sendo realizado durante três
dias entre os meses de julho e agosto, dependendo da região. Além
de visitas aos cemitérios e oferendas de comida nos altares familiares,
atividades festivas como a dança bon-odori têm seu lugar.
Como era originalmente realizado no sétimo mês do calendário
lunar, é, até hoje, considerado um kigo de outono.
Este haicai retrata um jovem casal que sussurra palavras de carinho sob
o lume de uma lanterna. Na escuridão, só se enxergam seus
dois rostos. O calor ainda reinante no início do outono e o clima
festivo favorecem a informalidade e as propostas amorosas.
O amor é um tema muito explorado na poesia tanka, lírica
por natureza, mas de difícil tratamento no haicai, que sempre busca
a objetividade. Esse poema de Taigi é considerado um bom exemplo
de lirismo sem ser lírico.
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Tan Taigi (17091771) |
furakoko
no
eshaku koboruru ya
takami yori
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Tradução:
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Sentada ao balanço,
derrama uma saudação
a moça lá do alto.
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O kigo (termo de estação) é furakoko, balanço,
modernamente mais conhecido como buranko. Trazido da China, onde era encontrado
nos jardins da nobreza, desde lá, sempre foi um divertimento associado
à primavera.
No haicai, encontramos uma moça brincando ao balanço. Um
visitante se aproxima e cumprimenta a jovem, que não pára
de balançar. Quando se encontra no ponto mais alto, ela curva a
cabeça e responde à saudação. A atmosfera
alegre e agradável de um dia ensolarado de primavera fica registrada
aqui. A expressão do alto resume o forte impulso que
a moça imprime ao balanço, retratando a animação
da brincadeira. O verbo derramar é habilmente usado
para associar o instante em que ela pronuncia a saudação
com o impulso de descida.
A figura da jovem que brinca ao balanço sugere sentimentos de
ingenuidade e saudades da infância, justamente na época em
que começa a descoberta do amor.
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Tan Taigi (17091771) |
yabu
iri no
neru ya hitori no
oya no soba
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Tradução:
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Aprendiz em folga
Repousa tendo ao seu lado
a mãe solitária.
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No dia 15 ou 16 do primeiro mês do ano, era permitido que os jovens
empregados retornassem às casas dos pais, para lá descansarem
por uma noite. Essa ocasião era denominada yabu iri, folga
do aprendiz, kigo classificado na primavera de acordo com o velho
calendário lunar. O kigo pode também ser traduzido por aprendiz
em folga, no caso de referir-se ao próprio.
O aprendiz, talvez filho único, volta à casa da mãe
viúva para o descanso de início de ano. Apesar de ter trabalhado
arduamente, apenas um dia de folga lhe é concedido. Neste curto
tempo, mãe e filho devem pôr-se em dia com os assuntos um
do outro e matar um pouco da saudade. A conversa continua, mesmo após
se deitarem, no quarto que dividem. Mas, em pouco tempo, estarão
dormindo. No dia seguinte, o jovem deverá partir para mais um ano
longe de casa.
Dentre os haicais que empregam esse kigo, o de Taigi é o mais famoso,
simbolizando a ligação entre mãe e filho, o aconchego
e a tranqüilidade da casa materna.
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Tan Taigi (17091771) |
yamaji
kite
mukau jôka ya
tako no kazu
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Tradução:
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Ao fim da árdua trilha
A cidade e seu castelo
Pipas incontáveis.
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O kigo (termo de estação) deste haicai é tako,
que quer dizer pipa de empinar, correspondente à primavera.
O viajante caminha por uma trilha íngreme, atravessando montanhas
e vales, sempre com os olhos baixos, tomando cuidado com o chão
acidentado. Eis que, após a última passagem, vislumbra seu
destino. Ao longe, enxerga o castelo do senhor feudal, cercado pelas pequeninas
casas dos moradores da cidade que se forma à sua volta. Ao olhar
para o alto, esse viajante encontra pipas de todos os tipos e tamanhos,
em número enorme, flutuando sob o céu azul.
As pipas transmitem a idéia de uma primavera alegre e tranqüila,
ao mesmo tempo em que sua quantidade e colorido resumem a vitalidade do
núcleo urbano. Além disso, não é gratuita
a menção ao castelo, cuja presença empresta uma atmosfera
de paz e estabilidade ao cenário. Esse haicai é admirado
por sua visualidade.
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