Fotos:
OEN/Divulgação
Com
a gestão repassada já para a terceira geração
de sucessores, a escola OEN - Organização Educacional
Nippaku - continua firmemente alicerçada na tradição
e cultura japonesas. Idealizada pela educadora Tomiko Gohara Sakumoto,
a OEN apresenta, neste ano da comemoração dos 110
anos da imigração japonesa no Brasil, o projeto
de sua futura sede: mais espaçosa e com mais áreas
verdes espalhadas em um terreno de cerca de 960 m² de área.
O novo espaço ficará pronto em 2019.
A escola
bilíngue (Japonês e Português) atende atualmente
crianças do berçário ao 5º ano do ensino
fundamental e tem sua sede na capital paulista.
Homenagem do Consulado Japonês à escola em 2015
Um
pouco sobre a história da escola
Fundadores Sr Shigueto e Massue Gohara
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A escola
foi originalmente fundada como escola de corte e costura, em março
de 1932, no bairro da Aclimação, em São Paulo,
pelo imigrante japonês Shigueto Gohara, da comunidade japonesa
Monções da cidade de Agudos, do interior do estado
de São Paulo, juntamente com a professora Massue Gohara.
O regime era de internato, justamente para poder acolher as moças
japonesas que vinham do interior.
Em
pouco tempo notou-se a necessidade de oferecer uma formação
mais completa para as moças e, aos poucos, foram incorporadas
ao currículo as aulas de culinária, ikebana, etiqueta
japonesa e outras. Formou-se então, a Escola de Corte e
Costura Nippak, a primeira escola do ramo na cidade de São
Paulo voltada exclusivamente para preparação de
jovens imigrantes para o casamento.
Alunas da Escola Internacional de Corte e Costura
Durante
a Segunda Guerra Mundial, a instituição passou a
ser denominada Escola de Corte e Costura Internacional, pois havia
proibição do uso de nomes estrangeiros no período.
No ano de 1939, a escola abriu as portas também para as
moças brasileiras e, na década de 1980, ela já
havia formado mais de 2.500 moças.
Arraigados
à cultura nipônica, os idealizadores construíram
também o primeiro templo budista de São Paulo, no
ano de 1954, após a vinda de um monge japonês.
A
escola OEN
Escola OEN e seus alunos
Mudanças
no contexto social e econômico levaram a filha primogênita
dos fundadores, Tomiko Gohara Sakumoto, que assumia a direção
da escola, a construir novos rumos para a sua sobrevivência.
Decidiu-se então direcionar a instituição
para a educação infantil. No início da nova
fase, a Escola Internacional recebia majoritariamente filhos de
japoneses que estavam no Brasil a trabalho. Contudo, com o passar
dos anos, começou a receber também crianças
brasileiras, tornando-se a primeira escola com filosofia japonesa
a atender bebês e crianças em período integral.
Mais tarde, a escola alterou o nome para Organização
Educacional Nippaku - OEN, voltando à denominação
original.
Atualmente
a OEN é administrada pela neta dos fundadores, Betty Keiko
Nakahara Alvarenga, e seu esposo Alvarenga (na foto). Cerca de
86% dos alunos são descendentes de japoneses. A escola
atende crianças de 0 a 10 anos, do berçário
ao 5º ano do Ensino Fundamental I, em períodos parcial
e integral, estabelecidos em três unidades escolares, no
bairro da Vila Mariana, na capital, e se mantém firme com
sua tradição nipônica. Com a incorporação
das aulas de língua japonesa na grade curricular regular,
os alunos saem do 5º ano aptos a prestar o exame de Proficiência
em Língua Japonesa de nível 3. A escola oferece
também diversas aulas e oficinas complementares como os
de soroban, shodo, taikô, origami e judô.
Escola OEN e seus alunos
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