Nos
tempos antigos, os homens usavam chapéus em forma de gorros
ou toucas, as mulheres protegiam-se até a Idade Média
com véus e toucas como o das freiras. O chapéu,
freqüentemente tem algum significado em cerimônias,
às vezes, ele pode simbolizar uma autoridade ou mostra
a classe social a qual o indivíduo pertence.
Chapéus
feitos artesanalmente de fibras vegetais estão associados
à cultura rural tradicional da Europa e Anatólia.
No
Egito, gorros e lenços simples eram usados sobre a cabeça
e sobrancelha, caindo como uma cortina até os ombros. As
perucas de cabelos humanos ou de fios de lã de carneiro
eram usadas também como uma forma de proteção
contra o sol. Elmos (uma espécie de capacete) eram enfeitados
como símbolo de classe social: uma faixa para o nobre,
a pena para a suprema corte ou o supremo poder dessa classe.
Nos
países orientais, os turbantes coloridos são os
chapéus tradicionais. Nos trópicos,
elmos de cerne (a parte mais dura de uma árvore) protegem
do sol aqueles que o usam. Em países orientais do extremo
sul, os homens usam o fez, um chapéu sem aba com formato
de cone, geralmente de feltro vermelho com um acabamento na parte
superior e uma longa fita. O fez foi abolido como costume da nação
turca em 1925.
Os
povos asiáticos pensaram em proteger a cabeça como
os trabalhadores chineses usando chapéus com formato de
cone para o trabalho braçal. Os japoneses inspiraram-se
neles e criaram o kammuri, feito de seda preta, decorada com o
símbolo imperial, o crisântemo.
Os
chapéus tradicionais japoneses podem ser classificados
em três categorias: kammuri (literalmente, coroa), kasa,
e chapéus para enfeitar a cabeça (tenugui e zukin).
No ano de 604 os nobres eram ordenados a usar kammuri como parte
do cerimonial ou quando se apresentavam à corte seguindo
as tradições de Sui (589-618) China. Para as ocasiões
menos formais e para aqueles sem uma posição social
em destaque, usava-se um kammuri sem muito luxo como o keikan
ou um tokin feito de seda fina, macia e preta. O kammuri foi gradualmente
substituído pelo eboshi, um chapéu levemente arredondado
de seda ou de gaze, mais tarde feito de papel laqueado. Durante
o Período Muromachi (1333-1568), quando o estilo de cabelo
chommage começou a ser usado, a popularidade do eboshi
diminuiu.
O
kasa era um chapéu funcional que poderia ser feito, dentre
outros materiais, de palha ou de bambu e uma variedade de formatos.
Sugegasa era usado quando se trabalhava fora; as mulheres usavam
o ichimegasa em viagens. Devido à variedade de tecido,
o kasa chamado amigasa, o ayaigasa e o kumagaigasa com formato
de cone, eram usados pelos guerreiros e aqueles que tinham um
formato mais alto, os oriamigasas por pessoas comuns. Durante
o Período Edo (1600-1868), mensageiros (como se fossem
os carteiros de hoje) chamados hikyaku usavam o sandogasa que
tinha formato de cúpula e vestiam um popular traje entre
os samurais que hoje aparecem em séries televisivas. Alguns
kasas eram laqueados, como o chapéu de metal jingasa usado
em batalhas.
Tenugi,
longo, retangular de duas peças de algodão ainda
são usados como toalhas e, às vezes, usados para
cobrir cabeças. No Período Edo havia muitos estilos
de moda como o anesan kamuri (que cobre a cabeça da irmã
mais velha) ou o hõkamuri (que cobre o queixo). O tenugui,
ou qualquer outro tipo de roupa comprida, deve ser enrolado e
embrulhado em formato de cabeça chamado hachimaki.
A roupa
zukin foi muito popular durante o Período da Era Edo, entre
eles, os mais diferentes tipos incluindo o redondo maruzukin,
o quadrado sumizukin, ou aquele com formato manga sodezukin. O
mais popular zukin usado pelas mulheres durante os Períodos
Meiji (1868-1912) e Taishõ (1912-26) era o okoso zukin
que cobria a cabeça, exceto os olhos e nariz.
Com
a abertura comercial ao mercado ocidental no Período Meiji,
os vários tipos de chapéus ocidentais transformaram-se
em moda. O casamento tradicional japonês, no entanto, ainda
requer um tsunokakushi (um chapéu bem enfeitado) para a
mulher.
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