Relíquias com histórias pra contar
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Esta
semana o NB faz uma viagem aos mais diversos momentos da história
do Japão e visita o passado do povo japonês e dos
imigrantes nipônicos que deixaram suas marcas no Brasil.
Mas nada de livros, relatos ou filmes. A trajetória é
contada através de alguns objetos originários da
terra do sol nascente e que hoje se encontram em terras tupiniquins.
Tratam-se de peças de um quebra-cabeças que ajuda
a construir a identidade dos japoneses. São verdadeiras
relíquias dos mais diferentes tipos e épocas.
Embarque
nesse túnel do tempo. E boa viagem!
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Pré-história
Dogú, Bonecos de Barro (Forma de coração)*
Eles apareceram na pré-história do Japão,
há alguns milhares de anos antes de Cristo. Não se
sabe com certeza por que eram feitos bonecos naquela época.
Nos mais antigos não se distingüem homem e animal, fazendo
crer na forte imaginação primitiva. Os deuses ainda
não eram conhecidos pelo homem, mas as figuras fantásticas
indicam tal sugestão. |
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Séculos III e IV
Haniwá, Terracotas (Homem rindo)*
São esculturas antigas que surgiram no Japão após
os bonecos de barro. Essa manifestação cultural data
dos séculos III e IV. No século IV, a agricultura
já estava bem adiantada. Por isso existia vida comunitária,
e, conseqüentemente, uma classe que a dominava. Aos dominantes
desejava-se paz quando morriam, construindo-se, para esse fim, os
Grandes Túmulos. As terracotas rodeavam a parte exterior
dos túmulos, formando uma área sagrada. |
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Séculos VII e VIII
Mokutchô, Escultura de Madeira (Amida-Nyôrai)*
Buda do Paraíso, o mais elevado. A crença
de Amida difundiu-se na Índia, China e Japão. No
arquipélago, entre os séculos VII e VIII, desenvolveu-se
a escultura, que, até então feita de metal. O período
de Assuká (650-750) foi o de maior desenvolvimento da escultura
budista. Até essa época, a arte do Japão
se restringia aos bonecos de barro e terracota.
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1338-1568
Máscaras Nô* São usadas para
a representação do teatro clássico Nô,
criado no início da era Muromati (1338-1568), e cuja característica
é a harmonização de canto, dança,
instrumentos e interpretação. Estão dividas
em masculinas, femininas, divinas, fantásticas, monstros,
entre outras. Numa peça de Nô pode-se encontrar até
300 papéis e máscaras diferentes.
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1908
- Início da Imigração Japonesa no Brasil
Passaporte
para o Brasil (1908)** Esse passaporte pertenceu a
Kinjo Yamato, que no dia 18 de junho de 1908, aos 15 anos, estava
a bordo do navio Kasato Maru, dando início à imigração
japonesa no Brasil.
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1914
Esquentador de saquê (1914)** Todo de cobre,
o resistente utensílio minimizou o frio do rigoroso inverno
japonês. Coloca-se o carvão no recipiente do lado esquerdo
que tem parede dupla - e o saquê, no direito. O calor
produzido esquenta a bebida, que percorre o vão entre as
paredes e sai quentinho direto para a xícara. |
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1918
Primeiro dicionário português-japonês (1918)**
- Wasaburo Otake chegou ao Brasil em 1889, e, durante sua estada,
estudou na Escola Naval do Rio de Janeiro. Voltou ao Japão
em 1886 e, no ano seguinte, ao se instalar a primeira legação
do Japão no Brasil, veio servir como intérprete e
tradutor oficial da representação diplomática.
Enquanto se dedicava ao ofício, Otake preparou, durante muitos
anos de pesquisa e estudo, o Dicionário Português-Japonês
(1918) e, a seguir, o Dicionário Japonês-Português
(1925). |
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1920
Avental infantil (1920)*** Originário de Hokkaido,
esse é um pequeno avental típico da década
de 20 no Japão. Tais peças eram utilizadas por baixo
dos uniformes escolares. |
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1922
Uniforme Militar (1922)** Vestimenta utilizada por Denhei
Miyawabi em rituais de cavalaria imperial. O militar nasceu no dia
23 de maio de 1900. Veio ao Brasil em março de 1933 a bordo
do navio Argentine Maru. Seu destino era a Flórida. Paulista. |
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1935
Mala
(1935)*** - Também chamada de koori, é
feita de vime e forrada de lona e papel. Pertenceu a Eikichi Wakabara
que, em 1935, passou pela Hospedaria dos Imigrantes (atual Memorial
do Imigrante), depois de desembarcar no Porto de Santos.
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1962
Boneca (1962)*** Boneca feita de porcelana pela senhora
Hideko Makino, de Hiroshima. Chegou ao Brasil em uma das visita
dela ao País. |
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1975
Chaleira
com xícaras (1975)*** Essa cerâmica foi
feita por Shigeo Kojima, que, em 1960, chegou ao Brasil com o
sonho em ter uma fábrica de cerâmica. Natural de
Gifu, construiu seu negócio em Mauá, participou
de diversas exposições e ganhou muitos prêmios.
Falecido em 1992, Shigeo deixou seu legado ao filho, Yasuichi
Kojima, que dá seqüência ao ofício que
aprendeu com o pai.
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*Objeto
presente no Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera
** Objeto presente no Museu Histórico da Imigração
Japonesa no Brasil, no Bunkyo
***Objeto presente no Memorial do Imigrante
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