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Jornal Nippo-Brasil
No
dia 9 de maio comemora-se o Dia das Mães, essas mulheres
guerreiras que, muitas vezes, trabalham, cuidam da casa e dos
filhos, gerados cada vez mais com a idade avançada. Engravidar
após os 40 anos é cada vez mais freqüente,
seja porque procuraram obter maior amadurecimento na carreira,
no casamento ou estabilidade financeira, entre outros motivos.
Com a redução das chances da gravidez natural, devido
a baixa qualidade dos óvulos, algumas procuram tratamento.
Outras continuam bem férteis, e num descuido, engravidam.
Esse
é o caso da terapeuta corporal Rosemary Inouye que concebeu
Gustavo, aos 41 anos. Pensou que os sintomas da gravidez eram
o início da menopausa. A descoberta deixou o marido, Luiz,
grávido com ela de tanta alegria. Hoje, aos
51, Rose - como é conhecida entre os amigos - conta o apoio
dos outros dois filhos: Ricardo, de 29 e Fernanda, 26.
No
caso da analista de sistemas, Yvone Yoko Iso, 42, o companheiro
Ioannis não tinha pressa de ter um filho, e por isso, acabou
adiando a idéia de ser pai. Após quase dez anos
juntos, ela deixou claro que a mulher não tem vida reprodutiva
para sempre. No final de 2002, o casal decidiu aumentar a família.
Yvone relembra que o ginecologista deu três meses para tentar
engravidar. Como não aconteceu, resolveu partir para o
tratamento na clínica de fertilização Profert
- Reprodução Assistida, com o ginecologista Dirceu
Pereira. Em um ano e meio, a segunda tentativa de fertilização
in vitro ocorreu com sucesso.
Gravidez especial
FELICIDADE - Rose e o filho Gustavo: levei um susto, mas
foi maravilhoso, diz a mãe
Após
fazer um exame para confirmar a menopausa, a terapeuta corporal
Rosemary Inouye, 51, descobriu que estava grávida. Levei
o maior susto, mas foi maravilhoso. Meu marido desejava muito
ganhar mais um filho, conta. Rose precisou fazer mil
exames porque o médico a alertou que nessa idade
o bebê poderia nascer com algum problema.
Sortuda,
ela diz não ter sentido nenhum sintoma de gravidez. Diferente
das duas gestações anteriores, ocorridas há
quase 20 anos, ficou bem alegre, com ânimo, livre das dores
e com um humor melhor. Com isso, trabalhou sossegada até
o nono mês.
Durante
a gravidez, Rose estabeleceu uma sintonia forte com o bebê
e que dura até hoje. A chegada de Gustavo, hoje com
10 anos, proporcionou uma vida mais sociável e uniu a família.
Ele espiritualizou a vida da gente. Onde vai, harmoniza o ambiente,
diz orgulhosa. Ela revela que ficou preocupada em não poder
acompanhá-lo, mas se enganou, pois toda a família
a ajuda. E brinca que, se pudesse, teria dez filhos.
Algumas
pessoas já a confundiram como avó do garoto. Ela
não liga e afirma que muitas vezes é vista pelo
filho mais como amiga do que mãe. Por coincidência,
seu trabalho atual envolve fazer relaxamento em mulheres grávidas,
em uma clínica de fertilização em São
Paulo.
Mudança
de vida para sempre
ESTRÉIA - Yvone e o marido Ioannis com o pequeno Stephanos:
ela quer mais filhos
Em
sua primeira gravidez aos 42 anos, a analista de sistemas Yvone
Yoko Iso, deu à luz ao bebê Stephanos Iso Theoharidif,
no final da tarde do dia 26 de abril. Entrevistada três
dias antes da cesariana, Yvone surpreendeu pelo alto astral e
tranqüilidade antes do parto. Engordou 12 kg, segundo ela,
o ideal, já que a média é de 9 a 12 kg. Mesmo
com o cansaço e enjôo (acho que a gravidez
quando nova é mais light), trabalhou até o
final da gestação e comenta satisfeita que não
faltou nenhuma vez na empresa.
O parceiro
Ioannis, descendente de gregos, definiu os seus sentimentos ao
ser pai: felicidade, responsabilidade e compromisso. Ele
ficou assustado no começo, mas agora se acostumou e está
mais ansioso que eu. Não tenho medo, penso que esse bebê
vai mudar a minha vida para sempre, dizia. O lado financeiro
também pesou. Se pudesse, Yvone gostaria de ter mais filhos.
Não se arrepende com a gravidez tardia. Só vê
a desvantagem de ter menos tempo para acompanhá-lo.
A mãe,
Arminda, 73 anos, adorou a chegada do neto. Estou muito
feliz, o bebê é fortinho. Ela queria tanto, ainda
bem que deu certo, revela a mãe. Stephanos é
o terceiro neto - os outros dois já estão na faculdade.
Yvone
acredita que o sonho de toda mulher é ter um filho. Com
base em sua própria trajetória, aconselha para quem
pretende engravidar nessa idade tentar até o fim.
Saúde
da mulher
DICA - Anzai diz que fertilidade cai com avanço da
idade
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Para
o ginecologista Roberto Anzai, está cada vez mais freqüente
as mulheres acima de 40 anos engravidarem. Considerando
que elas atualmente estão muito mais saudáveis que
no século passado, não há grandes diferenças
na saúde de uma mulher com 30 ou 40 anos de idade,
afirma. Mesmo assim, Anzai explica que a fertilidade decai com
o passar do tempo, podendo dificultar ou atrapalhar os planos
de quem decidiu engravidar tardiamente. Revela os números
da taxa de infertilidade: aos 20, a taxa está por volta
de 6% a 8%; aos 30, 10% a 15%; 35, 15% a 20% e mais de 25%, aos
40.
Com
esses dados, o ginecologista afirma que as mais jovens dificilmente
estão preocupadas em uma eventual dificuldade de engravidar.
As incertezas, porém, surgem a partir dos 35 anos. Anzai
diz que, embora alguns riscos adicionais possam estar presentes,
como maior incidências de diabetes, hipertensão arterial
e partos prematuros, os principais riscos para uma gravidez madura
se referem muito mais ao bebê. Aumentam as incidências
de abortos, principalmente no primeiro trimestre, e na gravidez
que prosseguir, além da presença de doenças
cromossômicas, como a Síndrome de Down.
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